Resumo
Integra
Chegamos à China num sábado à tarde, depois de quase trinta horas de viagem, trocando de avião em Istambul. No aeroporto a acolhida calorosa dos chineses com quem íamos trabalhar e do nosso tradutor, um brasileiro intelectualizado, linguista, que domina, além de um bom português, o mandarim, o espanhol, o inglês e um dialeto mongol. A surpresa foi a pequena quantidade de chineses que falam minimamente o inglês, mesmo no aeroporto; comprar um chip para celular não foi a coisa mais fácil do mundo, embora nosso tradutor facilitasse, desde aí, todas as coisas para nós.
No caminho para o hotel os famosos congestionamentos chineses. Estávamos em Beijing, a capital política e administrativa do país mais populoso do mundo. Muita gente tem carro, melhor, carrão, coisas para mais de cem mil reais aqui. E tome de congestionamentos. Prédios moderníssimos, estradas muito bem pavimentadas e conversa animada, porque os chineses são ótimos nisso, adoram conversar, são alegres, até gozadores.
O que parecia neve eram flocos brancos como algodão, saídos de dois tipos de árvores. Inteligentemente elas espalham suas sementes por boa parte do mundo chinês em forma de flocos de neve. E aquilo cobre as ruas, e piora o problema da poluição; vimos um bocado de gente usando máscaras sobre a boca e o nariz, para diminuir os efeitos nocivos da poluição.
Nosso hotel ficava dentro da Universidade do Esporte, campo de Beijing. A Universidade do Esporte é uma instituição governamental extremamente importante, porque o esporte é levado muito a sério na China. Para se ter a dimensão da importância que o esporte tomou naquele país, no plano de 20 anos feito pelo governo, o futebol é um carro chefe. A ideia é fazer com que todas as crianças e adolescentes da China, ou seja, centenas de milhões, aprendam futebol. Não é um esporte forte na China, mas foi escolhido para ser o carro chefe de um programa educacional. Os chineses estudaram as possibilidades e decidiram que seria assim; ajudou na decisão o fato de que o presidente é apaixonado pelo esporte bretão.
E foi por isso que fomos à China. Fomos conhecer um pouco da cultura chinesa, o modo como praticam o futebol por lá, nos reunimos com muita gente para discutir o futebol, falar um tanto do nosso, das diferenças culturais e, quem sabe, ajudar de alguma maneira o empenho chinês de fomentar a prática educacional do futebol nas escolas daquele país.
4/4/17