Dicotomias entre dois espaços públicos para a prática de atividade física
Por Álefe Alves Maia Tibúrcio (Autor), Hetty Nunes Cavalcante da Cunha Lobo (Autor), Igor Márcio Correa Fernandes da Cunha (Autor), Samuel Estevam Vidal (Autor).
Em 13º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região CONCREF
Resumo
Apenas 36% da população brasileira atinge a quantidade mínima de atividade física recomendada pela OMS (BRASIL, 2021). Esta condição agravou-se devido à pandemia SarsCov-2, o Covid19, que aumentou a insegurança para sair de casa, o confinamento e o distanciamento social. As atividades ao ar livre se destacaram sendo uma alternativa para prática de atividade física, trazendo benefícios para a saúde (EIGENSCHENK, 2019). Segundo Dahlgreen e Whitehead (2021), pode-se dizer que as condições socioeconômicas e ambientais das RAs de Brasília influenciam o estilo de vida das pessoas das cidades. Neste sentido, procurou-se investigar as dicotomias entre os espaços públicos disponíveis nas cidades com maior e menor renda do DF, a partir da aplicação do protocolo SOPLAY/SOPARC. Objetivos: Analisar o perfil dos frequentadores, tipos de a atividade física e estrutura física de dois parques públicos do Distrito Federal. Referencial teórico: As Regiões Administrativas (RAs) que compõem o Distrito Federal contam com 33 parques, sendo o principal deles o parque Sarah Kubistchek, no Plano Piloto, o maior parque urbano da América Latina (INSON 2021). Há, no entanto, um desequilíbrio de distribuição espacial das áreas para práticas corporais em relação à população. As RAs mais populosas do DF são, em ordem, Ceilândia, Samambaia e Plano Piloto. Ceilândia e Samambaia possuem apenas um parque cada, enquanto o Plano Piloto concentra mais de 20 dos 33 parques do DF. Frente a este dado, o número de pessoas não parece ser o fator determinante na implementação de áreas públicas para práticas corporais. Cabe destacar que Ceilândia e Samambaia concentram pessoas com renda média baixa, já o Plano Piloto concentra uma população de alta renda (COODEPLAN, 2018). Materiais e métodos: Pesquisa qualitativa e descritiva; foram selecionados o Parque Sarah Kubitscheck no Plano Piloto e o Parque Três Meninas, em Samambaia, para coleta e comparação de dados. Foram feitas 4 visitas, em dias úteis e em finais de semana, com uma hora de duração cada visita. Resultados e Discussão: Foram observadas 441 pessoas praticantes de atividade física, destas, 82% no parque Sarah Kubitscheck. A maior parte das pessoas observadas nos dois parques foi de adultos (75,74%), sendo caminhada a atividade mais praticada (60,54%). Mais homens (267) que mulheres (174) foram observadas durante as coletas. Considerando todas as variáveis levantadas no estudo, parece que a utilização dos parques pela população se dá de acordo com os benefícios que o mesmo parque oferece: quanto maior a estrutura, maior público. Conclusão: Há um grande nível de complexidade em determinar os motivos que levaram aos resultados apresentados. Mesmo assim, essa utilização reflete o estilo de vida da população, que seguem tendências diferentes de lazer de acordo com fatores individuais como gênero, e coletivos, como renda, áreas de lazer e outros aspectos relacionados à condição de vida e trabalho.