Resumo

Apenas 36% da população brasileira atinge a quantidade mínima de atividade física recomendada pela OMS (BRASIL, 2021). Esta condição agravou-se devido à pandemia SarsCov-2, o Covid19, que aumentou a insegurança para sair de casa, o confinamento e o distanciamento social. As atividades ao ar livre se destacaram sendo uma alternativa para prática de atividade física, trazendo benefícios para a saúde (EIGENSCHENK, 2019). Segundo Dahlgreen e Whitehead (2021), pode-se dizer que as condições socioeconômicas e ambientais das RAs de Brasília influenciam o estilo de vida das pessoas das cidades. Neste sentido, procurou-se investigar as dicotomias entre os espaços públicos disponíveis nas cidades com maior e menor renda do DF, a partir da aplicação do protocolo SOPLAY/SOPARC. Objetivos: Analisar o perfil dos frequentadores, tipos de a atividade física e estrutura física de dois parques públicos do Distrito Federal. Referencial teórico: As Regiões Administrativas (RAs) que compõem o Distrito Federal contam com 33 parques, sendo o principal deles o parque Sarah Kubistchek, no Plano Piloto, o maior parque urbano da América Latina (INSON 2021). Há, no entanto, um desequilíbrio de distribuição espacial das áreas para práticas corporais em relação à população. As RAs mais populosas do DF são, em ordem, Ceilândia, Samambaia e Plano Piloto. Ceilândia e Samambaia possuem apenas um parque cada, enquanto o Plano Piloto concentra mais de 20 dos 33 parques do DF. Frente a este dado, o número de pessoas não parece ser o fator determinante na implementação de áreas públicas para práticas corporais. Cabe destacar que Ceilândia e Samambaia concentram pessoas com renda média baixa, já o Plano Piloto concentra uma população de alta renda (COODEPLAN, 2018). Materiais e métodos: Pesquisa qualitativa e descritiva; foram selecionados o Parque Sarah Kubitscheck no Plano Piloto e o Parque Três Meninas, em Samambaia, para coleta e comparação de dados. Foram feitas 4 visitas, em dias úteis e em finais de semana, com uma hora de duração cada visita. Resultados e Discussão: Foram observadas 441 pessoas praticantes de atividade física, destas, 82% no parque Sarah Kubitscheck. A maior parte das pessoas observadas nos dois parques foi de adultos (75,74%), sendo caminhada a atividade mais praticada (60,54%). Mais homens (267) que mulheres (174) foram observadas durante as coletas. Considerando todas as variáveis levantadas no estudo, parece que a utilização dos parques pela população se dá de acordo com os benefícios que o mesmo parque oferece: quanto maior a estrutura, maior público. Conclusão: Há um grande nível de complexidade em determinar os motivos que levaram aos resultados apresentados. Mesmo assim, essa utilização reflete o estilo de vida da população, que seguem tendências diferentes de lazer de acordo com fatores individuais como gênero, e coletivos, como renda, áreas de lazer e outros aspectos relacionados à condição de vida e trabalho.