Resumo

Este artigo explora questões afins às relações de saber-poder que sustentam a dinâmica de produção dos marcadores de diferenciação social. Ao incursionar por literatura que trata dos dispositivos de saber-poder e diferenciação, o artigo explora situações que focalizam os marcadores gênero e sexualidade, problematizando seus atravessamentos na Educação Física. A análise proposta sinaliza efeitos da dinâmica de produção das diferenças nos modos de experienciação dos corpos e dos movimentos em meio a práticas de competência da Educação Física, bem como o erotismo como ferramenta para abordar essa dinâmica. Com isso, o estudo visa estimular reflexões voltadas à problematização das ações interventivas que se propõem a questionar os marcadores de diferença na Educação Física, argumentando pela atenção ao não reforço do padrão de poder que questionam e à articulação com especificidades das práticas pelas quais intervém.

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