Diferenças na Participação com Bola em Jogos Oficiais de Futebol Sub-15, Entre Atletas com Diferentes Níveis Técnico
Por Márcio André de Gouvêa (Autor), Edilson Serpeloni Cyrino (Autor), Enio Ricardo Vaz Ronque (Autor), Gustavo Damasceno Moreira (Autor), Danilo Rodrigues Pereira da Silva (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: O sucesso esportivo é dependente de múltiplos fatores; principalmente os relacionados as capacidades físicas, técnica e tática. Entretanto, observa-se na literatura uma grande prevalência de estudos envolvendo os aspectos fisiológicos, e atualmente, envolvendo aspectos perceptivos e cognitivos, em detrimento de investigações envolvendo fundamentos técnicos do futebol. Objetivo: Objetivo do estudo foi investigar possíveis diferenças na atuação com bola durante partidas oficiais de futebol entre jogadores com diferentes níveis técnico, da categoria sub 15. Método: Participaram 14 atletas, do sexo masculino, com idade entre 14 e 15 anos, categorizados dicotomicamente entre atletas com maior índice técnico (G1) e menor índice técnico (G2), de acordo com o desempenho nos seguintes testes de habilidades técnicas específicas: condução de bola em linha reta (CBLR) e shuttle-run com bola (SRB), controle de bola livre(CBL), controle de bola alterando os pés(CBA), e controle de bola com a cabeça (CBC). Foram analisados, por meio de filmagens, a participação com bola dos atletas em seis partidas oficiais da categoria sub 15; como indicadores de participação/contato com a bola, utilizou-se: o número total de passes, número de dribles (DR), número de faltas sofridas(FS), número de desarmes sofridos(DS) e “chutões” realizados (CH). A normalidade dos dados foi testada pelo teste de Kolmogorov Smirnov, na comparação entre grupos utilizou-se o teste t para variáveis independentes, e o teste de Mann-Whitney-Wilcoxon para os dados não paramétricos. Resultados: Com exceção dos atletas com melhor desempenho no teste CBC, todos os demais atletas que alcançaram os maiores índices técnicos durante os testes de habilidades, apresentaram maior participação com a bola durante os jogos. Diferenças significantes foram encontradas; com base no desempenho no teste CBL, no número de dribles (G1 5,1 ± 4,1; G2 0,6 ±1,5, P < 0,05), no número de desarmes sofridos ( G1 4 ± 2,9; G2 0,9 ± 1.1, P < 0,05), no teste CBA, no número de dribles (G1 5 ± 4,1; G2 0,6 ±1,5, P < 0,05), assim como nos testes de CBLR, no número de faltas sofridas (G1 1,3 ± 1,3; G2 0,2 ±0,3, P < 0,05), e SRB, no número de desarmes sofridos (G1 3,8 ± 3; G2 1 ±1,2, P < 0,05). O número de passes total e de “chutões” realizados durante a partida, não foram associados ao nível técnico. Conclusão: Os resultados sugerem que maiores índices técnicos, obtidos por meio de testes de habilidades, estão associados ao maior contato com a bola durante as partidas de futebol, exceto ao número de total de passes total e da utilização de “chutões”. O atleta com maior capacidade técnica, independente da postura tática utilizada, é mais efetivo durante o jogo, tem mais contato com a bola e mais iniciativa.