Diferenças no tempo de tela diário entre alunos de escolas públicas e privadas em Belém

O tempo de tela tem se tornado uma preocupação crescente para pais, educadores e profissionais de saúde. Com o aumento do uso de tecnologias digitais, especialmente durante a pandemia, os jovens estão passando cada vez mais tempo conectados. Objetivo: Comparar o tempo de tela sentado entre estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas de Belém, Pará. Métodos: Este estudo transversal selecionou 46 escolas (19 privadas e 27 públicas) por amostragem estratificada em 8 distritos administrativos do município de Belém. Foram analisados dados de 1.644 alunos (51,2% do sexo masculino; 56,4% de escolas públicas) com idades entre 14 e 19 anos. O tempo de tela (TV, videogame, computador, celular, tablet) sentado em um dia de semana foi autorreportado por meio de um questionário. Um modelo de regressão quantílica foi utilizado para comparar o tempo de tela entre alunos de escolas públicas e privadas nos quantis 0,25, 0,50 e 0,75 da distribuição da variável dependente. As análises foram realizadas no R (versão 4.4.0) e o modelo foi ajustado usando o pacote quantreg (versão 5.98) com o algoritmo de Frisch-Newton. Estimativas robustas dos erros padrão foram obtidas por bootstrap, com nível de significância adotado de p < 0,05. Resultados: A mediana do tempo de tela para alunos de escolas privadas (intercepto) é de 3 horas no primeiro quartil, 5 horas no segundo quartil e 7 horas no terceiro quartil (Figura 1). Alunos de escolas públicas têm, em média, 1 hora a menos de tempo de tela no primeiro (β = -1,0; erro padrão = 0,258; p < 0,001), segundo (β = -1,0; erro padrão = 0,204; p < 0,001) e terceiro quartil (β = -1,0; erro padrão = 0,476; p = 0,035). Conclusão: Estes dados revelam que alunos de escolas públicas em Belém apresentam um tempo de tela significativamente menor em comparação aos alunos de escolas privadas, independentemente do quartil analisado. Esses achados sugerem que diferenças socioeconômicas podem influenciar os hábitos de uso de tela entre adolescentes, possivelmente refletindo acesso a dispositivos, disponibilidade de tempo livre ou outras variáveis contextuais que não foram diretamente investigadas neste estudo exploratório.

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