Diferentes Tipos de Bebidas Energéticas e Seu Efeito Sobre os Parâmetros Cardiovasculares, Metabólicos e no Desempenho Físico em Corredores
Por João Carlos Bouzas Marins (Autor), Hamilton Henrique Teixeira Reis (Autor), Rômulo José Mota Júnior (Autor), Victória Esther Teixeira Reis (Autor), Duilio Teixeira Soares Junior (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: A utilização de suplementos nutricionais com o objetivo de melhorar a performance é um hábito tradicional entre atletas e praticantes de atividade física em geral. Seu uso, contudo, depende de uma orientação específica, sendo sua utilização dependente da qualidade nutricional do suplemento e sua relação com a dieta diária do indivíduo. Dessa forma, um dos agentes ergogênicos mais utilizados pelos atletas - tanto de de característica aeróbica como anaeróbica -, a bebida energética apresenta-se comercializada sobre diferentes formas: a convencional e a sugar free. A diferença nutricional envolvida entre os tipos de bebida pode ser um fator preponderante em sua utilização, devendo, dessa forma, ser muito bem estudada e aplicada conforme as características individuais dos consumidores. Objetivo: O objetivo foi avaliar e comparar os efeitos promovidos pelas bebidas energéticas no desempenho físico, respostas cardiovasculares, parâmetros metabólicos e avaliações subjetivas de corredores de resistência. Materiais e Métodos: Doze homens, (23 ± 2,6 anos, 177 ± 3,4 cm, 74,4 ± 5,5 kg, VO2max= 59,8 ± 5,5 ml.kg.min-1) participaram desse estudo duplo cego, de modelo crossover randomizado, ingerindo 3mg.kg.PC-1 de cafeína de bebida energética convencional (BE1) e sugar free (BE2), e um placebo carboidratado e não cafeinado, 40 minutos antes de sessão de exercício, separados por 7 dias de intervalo entre as sessões. Em cada situação experimental a duração do exercício foi de 60 minutos com intensidade entre 65 e 75% do VO2max, seguidos por um sprint correspondendo a 100% do VO2max. Foram registrados a cada 20 minutos ao longo do exercício o quociente respiratório (QR), oxidação de carboidratos e gorduras, glicemia e lactato plasmáticos coletados, enquanto a FC, pressão arterial (PA) e IPE foram a cada 15 minutos. A temperatura ambiente foi devidamente controlada em todos os protocolos de exercício (22,81 ± 0,78 °C/58,08 ± 1,52% UR) e em todos eles os indivíduos iniciaram o processo devidamente hidratados. A normalidade das variáveis avaliadas foram verificadas através do teste de Shapiro-Wilk. Os testes estatísticos correspondentes aos objetivos propostos no presente estudo foram: 1) Anova Two Way para medidas repetidas com correção de Bonferroni, para a comparação das variáveis dependentes, em especial a distância e o tempo de duração do sprint nas variáveis em cada uma das BE e; 2) Anova Two Way para medidas repetidas com correção de Bonferroni objetivando verificar a interação entre os diferentes tratamentos vs momentos inter bebidas. Resultados: O desempenho físico foi significativamente melhor para as bebidas energéticas comparadas com o placebo (p<0,004 BE1 e p=0,001 BE2), com menor IPE (p<0,05). A BE1 aumentou a PA (p<0,05) e lactato (p<0,05) durante o exercício quando comparada ao placebo. Comparando com o placebo, a BE2 apresentou valores de QR menores nos momentos 0-5 minutos (p<0,001) e 40-45 minutos (p<0,001). Não foi verificada nenhuma diferença nos demais parâmetros na comparação entre as bebidas energéticas (p>0,05). Conclusões: Como conclusão, para uma melhora de desempenho de forma aguda, o consumo da BE1 ou BE2 contendo cafeína representou uma estratégia ergogênica válida para aprimorar o desempenho com redução da sensação geral de esforço. Além disso, tais resultados podem fornecer informações mais qualificadas a respeito das diferenças promovidas entre as bebidas, podendo influenciar diretamente na suplementação pré-exercício.