Resumo

Introdução: A utilização de suplementos nutricionais com o objetivo de melhorar a performance é um hábito tradicional entre atletas e praticantes de atividade física em geral. Seu uso, contudo, depende de uma orientação específica, sendo sua utilização dependente da qualidade nutricional do suplemento e sua relação com a dieta diária do indivíduo. Dessa forma, um dos agentes ergogênicos mais utilizados pelos atletas - tanto de de característica aeróbica como anaeróbica -, a bebida energética apresenta-se comercializada sobre diferentes formas: a convencional e a sugar free. A diferença nutricional envolvida entre os tipos de bebida pode ser um fator preponderante em sua utilização, devendo, dessa forma, ser muito bem estudada e aplicada conforme as características individuais dos consumidores. Objetivo: O objetivo foi avaliar e comparar os efeitos promovidos pelas bebidas energéticas no desempenho físico, respostas cardiovasculares, parâmetros metabólicos e avaliações subjetivas de corredores de resistência. Materiais e Métodos: Doze homens, (23 ± 2,6 anos, 177 ± 3,4 cm, 74,4 ± 5,5 kg, VO2max= 59,8 ± 5,5 ml.kg.min-1) participaram desse estudo duplo cego, de modelo crossover randomizado, ingerindo 3mg.kg.PC-1 de cafeína de bebida energética convencional (BE1) e sugar free (BE2), e um placebo carboidratado e não cafeinado, 40 minutos antes de sessão de exercício, separados por 7 dias de intervalo entre as sessões. Em cada situação experimental a duração do exercício foi de 60 minutos com intensidade entre 65 e 75% do VO2max, seguidos por um sprint correspondendo a 100% do VO2max. Foram registrados a cada 20 minutos ao longo do exercício o quociente respiratório (QR), oxidação de carboidratos e gorduras, glicemia e lactato plasmáticos coletados, enquanto a FC, pressão arterial (PA) e IPE foram a cada 15 minutos. A temperatura ambiente foi devidamente controlada em todos os protocolos de exercício (22,81 ± 0,78 °C/58,08 ± 1,52% UR) e em todos eles os indivíduos iniciaram o processo devidamente hidratados. A normalidade das variáveis avaliadas foram verificadas através do teste de Shapiro-Wilk. Os testes estatísticos correspondentes aos objetivos propostos no presente estudo foram: 1) Anova Two Way para medidas repetidas com correção de Bonferroni, para a comparação das variáveis dependentes, em especial a distância e o tempo de duração do sprint nas variáveis em cada uma das BE e; 2) Anova Two Way para medidas repetidas com correção de Bonferroni objetivando verificar a interação entre os diferentes tratamentos vs momentos inter bebidas. Resultados: O desempenho físico foi significativamente melhor para as bebidas energéticas comparadas com o placebo (p<0,004 BE1 e p=0,001 BE2), com menor IPE (p<0,05). A BE1 aumentou a PA (p<0,05) e lactato (p<0,05) durante o exercício quando comparada ao placebo. Comparando com o placebo, a BE2 apresentou valores de QR menores nos momentos 0-5 minutos (p<0,001) e 40-45 minutos (p<0,001). Não foi verificada nenhuma diferença nos demais parâmetros na comparação entre as bebidas energéticas (p>0,05). Conclusões: Como conclusão, para uma melhora de desempenho de forma aguda, o consumo da BE1 ou BE2 contendo cafeína representou uma estratégia ergogênica válida para aprimorar o desempenho com redução da sensação geral de esforço. Além disso, tais resultados podem fornecer informações mais qualificadas a respeito das diferenças promovidas entre as bebidas, podendo influenciar diretamente na suplementação pré-exercício.

Acessar Arquivo