Dimensões Somáticas de Escolares Pré-púberes da Cidade de Muzambinho
Por Raquel M. Barrocal (Autor), Cássio de Miranda Meira Júnior (Autor), Fábio Gomes (Autor), Cinthya Walter (Autor), Elisangela Silva (Autor), Wagner Freitas (Autor), Antonio M. Prista (Autor), Go Tani (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Introdução e objetivos: O crescimento somático pode ser entendido como a
expressão visível de alterações mensuráveis no tamanho, forma, composição e
proporções do corpo. Estudos de crescimento são importantes porque além de
retratar as características somáticas da população (permitindo intervenções na saúde
pública), podem contribuir para melhor compreender a variação biológica do ser
humano, quer individual ou populacionalmente. Os objetivos desse estudo foram
caracterizar de maneira transversal o estado de crescimento somático de escolares
muzambinhenses e estabelecer comparações com crianças de outros contextos.
Método: A amostra foi constituída por 239 meninos e 226 meninas, escolares de 6
a 10 anos de idade da cidade de Muzambinho (MG, Brasil). Como indicadores
somáticos foram utilizados massa, estatura, índice de massa corporal (IMC), soma
(Σ) de 3 dobras cutâneas (tricipital, subescapular e geminal) e % de gordura. Os
dados foram organizados por idade e por gênero. Após análise descritiva exploratória,
os dados foram submetidos a comparações de médias por meio de análises de
variância.Resultados: Meninas e meninos não diferiram significativamente nas variáveis
estatura, massa e IMC, apenas na Σ de dobras e na % de gordura (com valores
maiores nas meninas, p<0,01). Considerando as diferenças no fator gênero (p<0,01):
os meninos de 7 anos são mais baixos que os de 8 (5,3cm), e estes mais baixos que
os de 9 (7cm); os meninos de 8 anos são mais pesados que os de 7 (3,7kg); as
meninas de 7 anos são mais baixas que as de 8 (5,3cm), que por sua vez, são mais
baixas que as de 9 (5,8cm), e estas mais baixas que as de 10 (4,6cm); com relação à
massa, as diferenças entre as meninas foram identificadas entre as idades não
adjacentes (entre 6 e 8 anos, de 6,5kg; entre 7 e 9 anos, de 5kg; entre 8 e 10 anos de
5kg). Conclusões: a) a adiposidade é maior nas meninas; b) nos meninos, há
incrementos significativos na estatura (7-8 e 8-9 anos) e massa (7-8 anos); c) nas
meninas, as evoluções significativas ocorreram na estatura (7-8, 8-9, e 9-10 anos) e
na massa (6-8, 7-9 e 8-10 anos); d) a comparação com crianças portuguesas de
Amarante nas variáveis estatura, massa e IMC indicou ausência de diferenças
descritivas, exceto para os meninos de 6 anos nas variáveis massa e estatura (em que
pese a amostra de Muzambinho ser menor).