Resumo

Os desempenhos na prova Wingate (WAnT) estão associados ao tamanho e composição corporal tanto em jovens atletas (Carvalho et al. 2011) como em adultos (Coelho-e-Silva et al. 2020). No entanto, está em falta na literatura os estudos que abordam a magnitude da associação entre WAnT, massa corporal e composição corporal comparando atletas por sexo, numa mesma modalidade. Métodos: Após aprovação em comissão de ética (CE/FCDEF-UC/00102014), foram avaliados 83 jogadores de Rugby (femininos: n=30, 21.64.7 anos; masculinos: n=53, 19.53.2 anos). Para além do WAnT, as avaliações compreenderam estatura, massa corporal e pletismografia de ar deslocado (massa gorda e massa magra). Foram testadas as diferenças entre sexos pela prova t-student e produzidos modelos de regressão linear simples (Yi=aXi+b) para explicar as medidas funcionais (Y1=WAnT-P; Y2=WAnT-M) a partir da massa corporal (X1), massa magra (X2). Resultados: Os jogadores masculinos são 13.9 cm mais altos (178.97.0 cm vs. 164.97.1 cm, t=8.708, p<0.001), 17.4 kg mais pesados (84.615.0 kg vs. 67.311.2 kg, t=5.535, p<0.001) incluindo 20.9 kg de massa magra (71.49.7 kg vs. 50.55.1 kg, t=12.828, p<0.001). Adicionalmente, os jogadores alcançam melhores resultados funcionais na expressão máxima (WAnT-P: 1146±192 Watt vs. 702±91 Watt, t=14.265, p<0.001) e na média dos 30s (WAnT-M: 749±97 Watt vs. 479±60 Watt, t=15.690, p<0.001). Tendo como variável dependente WAnT-M, os modelos apresentam ângulos de regressão substancialmente distintos quando estimados a partir da massa magra (masculinos: a=7.451, 95%CL: 5.589 to 9.312; femininos: a=10.177, 95%CL: 7.920, 12.434). Discussão: O Rugby é uma modalidade com acentuado dimorfismo sexual em termos de tamanho e composição corporal. Adicionalmente, 1 kg de massa magra corresponde a 10.2 Watt na potência média (WAnT-M) entre as jogadoras, enquanto no sexo masculino representa um acréscimo de 7.5 Watt. Para a potência máxima (WAnT-P), o incremento de 1 kg de massa magra flutua entre 10.3 Watt e 13.7 Watt, respectivamente para jogadores e jogadoras, não sendo as diferenças significativas. Conclusão: Os modelos de composição corporal funcional sugerem dimorfismo sexual na variação da massa magra e desempenhos na prova WAnT.

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