Resumo

Podemos entender as práticas corporais ou atividades físicas como fenômenos socioculturais que geram e são gerados por padrões simbólicos de determinada época. Ainda que indissociáveis no aspecto das produções humanas, do ponto de vista do pensamento e da reflexão ocidental, tanto a cultura, quanto a atividade corporal, têm sido mantidas separadas, sobretudo na prática de intervenção social. Talvez essa separação pudesse encontrar sua justificativa na tradição de conceber a cultura no universo restrito das artes e, as atividades corporais, como próprias ao mundo do trabalho ou da guerra. Muito mais próximas das necessidades de expressão individual para formação integral dos cidadãos, as práticas corporais na atualidade devem ser concebidas como parcela representativa das diversas culturas que nos cercam. E de forma semelhante, a diversidade cultural deve ser estimulada à expressar-se por meio dos gestos e movimentos corporais, sob pena de ser minimamente valorizada. Calculemos a subtração do movimento corporal nas sociabilidades tradicionais como as danças de roda, os jogos de capoeira, os rituais indígenas? Estamos construindo as novas expressões culturais pelo movimento, sem desprezar as tradições da educação física e dos esportes, mas re-significando, enquanto prática lúdica voltada ao prazer, a atividade física. A experiência do SESC em manter reunidas em seus Centros Culturais e Desportivos as socialmente distintas áreas de cultura e práticas corporais antecipa um modelo que trata igualmente e de forma inseparável o corpo e a mente, como unidades interrelacionadas de um todo complexo.

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