Resumo

Este artigo pretende mostrar a relação entre o projeto educativo e o uso do espaço nas situações motrizes realizadas na EF e revelar as semelhanças e diferenças que se manifestam nas administrações pública e privada subvencionada. Se utilizou o método etnográfico a partir de um estudo de casos em um colégio público e em outro privado de Burgos, Espanha. Foram observadas as aulas de EF de um 6º de primaria (equivalente ao 7º ano do Ensino Fundamental) de cada escola durante o ano escolar 2009/2010. Foram descritas e analisadas as lógicas interna e externa de 510 situações motrizes: 242 realizadas no colégio público e 268 no privado. Constatou-se que os centros pretendem promover o conhecimento, o respeito e o cuidado do entorno natural e sociocultural, embora confinam a EF nos recintos específicos e higiênicos da área, limitando-se a ofertar práticas em um espaço estável, imutável. Em conclusão, os colégios coincidem tanto em seus discursos ecologistas como em suas práticas educativas intramuros, e, deste modo, orientam o uso do espaço à ausência de leitura e descodificação do entorno. Em definitivo, a instituição escolar valoriza a segurança espacial e varre a inteligência motriz associada ao uso do espaço.

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