Distribuição da Intensidade do Treinamento de Jovens Jogadores de Futebol de Elite
Por Thiago Oliveira Borges (Autor), Alexandre Moreira (Autor), Carlos Rogério Thiengo (Autor), Rafael Gustavo Silva Duarte Medrado (Autor), Adriano Titton (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 21, 2019.
Resumo
O presente estudo descreveu a carga de treinamento e a distribuição de intensidade de 30 jogadores de futebol de elite com menos de 20 anos (17,9 ± 0,6 anos, 180,3 ± 5,7 cm, 73,7 ± 8,8 kg) de um tricampeão da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. A avaliação da sessão do esforço percebido (s-RPE), carga interna de treinamento (ITL) e monotonia foram registradas em 40 sessões de treinamento. A modelagem de efeitos mistos foi usada para análise dos dados. Os atletas realizaram 33,0 ± 6,9 das 40 sessões de treinamento planejadas. Os motivos mais comuns para a ausência de treinamento incluíam doença ou ferimentos leves. No geral, essas sessões de treinamento totalizaram 2928,7 ± 627,6 minutos. Os atletas realizaram significativamente mais sessões de treinamento em zonas de baixa e moderada intensidade do que na zona de alta intensidade (p <0,0001). Os dados atuais indicam que jovens jogadores de futebol de elite realizam suas sessões de treinamento predominantemente na zona de baixa intensidade. O monitoramento do treinamento é um aspecto importante da evolução do processo de treinamento esportivo. De fato, evidências anteriores já mostraram que uma distribuição de intensidade apropriada impede a adaptação do treinamento esportivo e pode otimizar o desempenho atlético. Portanto, os treinadores devem implementar estratégias para monitorar as cargas de treinamento durante a pré-temporada e períodos competitivos.
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