Editora Intermeios/FAPESP. None 2019. 265 páginas.

Sobre

Globalização já foi vista como sinônimo do fim da nação. Este livro demonstra o contrário: na globalização passamos a viver muito mais imersos em imagens nacionais. Em cada lugar em que estamos essas imagens estão presentes de variadas formas, se referindo às mais diferentes nações e, em suas combinações, definindo nossos estilos de vida. Os megaeventos esportivos são propícios para observar esse processo. Especialmente o país-sede assiste a uma multiplicação de suas imagens nacionais e à abrangência global de sua circulação. Este livro faz perguntas raramente feitas sobre esse fenômeno. Como esses megaeventos conformam o modo que imaginamos a nação na globalização, quem são os artífices dessas imagens, que formas essas imagens adquirem? Ao colocar o problema nesses termos, Michel Nicolau Netto analisa as edições recentes da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil. Revela-se, então, uma intensa disputa entre agentes interessados nas imagens do Brasil, tais como agências estatais – o leitor encontrará aqui o trabalho desenvolvido pela Embratur e pela Apex-Brasil -, patrocinadores dos megaeventos e seus proprietários, Fifa e COI. Essa disputa ocorre em um espaço saturado de signos, controlado por poderes corporativos que inserem as imagens do Brasil em um mercado global de símbolos marcado pela cultura de consumo. Nesse mercado, novos agentes se destacam e o leitor conhecerá os publicitários que possuem uma atuação transnacional especializada em produzir imagens nacionais. São eles e suas imagens nacionais que dominam a paisagem dos megaeventos.