Resumo

A educação comparada conheceu fortunas diversas ao longo de sua evolução. Após um longo período de tensões não-resolvidas e, finalmente, de ostracismo, enquanto se esforçava por satisfazer tanto as injunções de utilidade do político como as exigências teóricas e conceituais dos meios acadêmicos, esta última década conheceu um vigoroso ressurgimento da educação comparada. De fato, confrontada, hoje em dia, com novos desafios de conhecimento, aos quais deve em parte sua renovação, a educação comparada há de se recompor de acordo com mudanças culturais: o crescimento de problemáticas educativas transculturais, o enfraquecimento dos Estados-Nações que acompanhou a consolidação de territórios identitários supranacionais (como a Europa) ou infranacionais (como as regiões) e fenômenos de expansão e interdependência cultural (globalização). Tantas conversões civilizacionais cujos desafios e sentido para a pesquisa comparativa contemporânea discutiremos aqui.