Resumo

Este trabalho se propõe a discutir a construção das identidades nacionais, regionais e locais por meio do discurso dos cronistas esportivos, no âmbito do exercício de rivalidades entre clubes e seleções nacionais de futebol. Para tanto, estabeleceremos uma divisão da história do futebol à luz da evolução da mídia: da primeira fase, que chamaremos clássica, na qual a mediação social era operada pelos jornais, à era do rádio, poderoso instrumento para a constituição de comunidades imaginadas e de afirmação de uma mitologia da brasilidade positiva, chegando por fim à era do espetáculo, marcada pela ligação do planeta via satélite, por meio da TV, e pela criação de um jet set esportivo mundializado. Trataremos ainda dos mecanismos da mediação social exercida em torno do futebol e das questões relacionadas à alteridade, uma vez que a violência supostamente motivada pelo esporte se apresenta como fator de crescente preocupação das autoridades e da sociedade civil.

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