Resumo

O contexto no qual se desenvolveu o Futebol Feminino no Brasil perpassa por momentos de proibições, restrições e lutas. A primeira regulamentação dessa categoria foi assinada apenas em 1983. De lá para cá, a modalidade tornou-se bastante praticada por mulheres no país. Surgiram clubes, campeonatos, mas o fantasma da proibição ainda permanece travestido na ideia de rejeição, sendo necessário grande empenho dessas atletas para que a categoria não permaneça invisibilizada. Nos últimos anos, no entanto, foram observadas grandes mudanças nos regulamentos da FIFA tais como a introdução da igualdade de gênero no estatuto da instituição e as novas regras para intermediárias/os que refletiram diretamente na perspectiva sobre a carreira de futebolistas mulheres. Esta tese tem como objetivo fazer uma análise dessas mudanças, bem como do próprio Futebol Feminino no país. Para tanto, levo em conta a inserção dessas futebolistas em grandes redes de relações sociais, dentro das quais são organizadas e concluídas as etapas referentes ao projeto de carreira. Desenvolvo o argumento de que mudanças as ações de controle e poder influenciam diretamente na delimitação dessa rede e, por conseguinte, na (re)formulação das trajetórias nas carreiras dessas atletas. São elementos importantes na constituição dessa rede, as agências/agentes de gerenciamento de carreiras, as entidades regulamentadoras do futebol, o mediascape, os clubes e os movimentos feministas de futebolistas. Além disso, traço um panorama da movimentação de jogadoras de futebol, tendo em vista os fluxos que levam as futebolistas brasileiras a diferentes gramados ao redor do mundo, com ênfase nos anos de 2016/2017.

Acessar Arquivo