Resumo

A doença de Parkinson (DP) é a segunda enfermidade neurológica degenerativa progressiva mais prevalente. A pneumonia é a principal causa de morte na DP, e o problema pulmonar está correlacionado à redução da mobilidade físico-funcional. Nesta perspectiva, esta tese é composta por três estudos. O Estudo 1 teve o objetivo de analisar e correlacionar o risco respiratório e indicadores de sarcopenia em pessoas com DP, comparando com idosos hígidos. Foi avaliado, transversalmente, indicadores de sarcopenia (velocidade da marcha, força de preensão manual, perimetria de panturrilha), força respiratória e pico de fluxo expiratório de 79 pessoas com DP e 17 idosos hígidos. A comparação entre homens e mulheres com DP tem diferenças significativas no pico de fluxo expiratório, Pressão inspiratória (Pi máx), Pressão expiratória (Pe máx), massa corporal e força de preensão manual maior para os homens e relação cintura estatura mais elevada nas mulheres. A diferença entre pessoas hígidas e com DP foi apenas na velocidade da marcha. Na força ventilatória, 73,41% das pessoas com DP e 70% dos hígidos tiveram a Pi máx abaixo do esperado para idade e sexo. A Pe máx abaixo do predito foi encontrada em 87,34% da amostra com DP e 82,35% dos hígidos. Quanto a sarcopenia, 3,8% das pessoas com DP apresentaram risco e 1,26% classificado como pré-sarcopênico. Nenhum hígido apresentou risco de sarcopenia e houve forte correlação moderada e direta entre o PFE e velocidade da marcha e entre a força de preensão palmar com as variáveis ventilatórias. No estudo 2 o objetivo foi caracterizar a função ventilatória e capacidade de marcha, nível de atividade física, fadiga, atividade de vida diária (AVD) e função motora em pessoas com DP, comparando a função ventilatória, capacidade de marcha, nível de atividade física e fadiga com indivíduos adultos hígidos. Foram avaliados de forma transversal 41 pessoas com DP e 17 pessoas hígidas. Para as pessoas com DP, risco respiratório foi determinado como distúrbio misto em 14,63%, 9,76% como restritivo e nenhum obstrutivo. Para pessoas hígidas, 11,76% tem ventilação obstrutiva, 5,88% restritiva e 5,88% mista. Comparativamente, hígidos tiveram estatisticamente maior capacidade de marcha, ventilação voluntária máxima (VVM) e menos fadiga. Ao comparar mulheres com e sem a DP, observamos diferença significativa para capacidade de marcha e capacidade vital forçada maior nas hígidas, enquanto que a fadiga foi maior para as mulheres com DP. Entre os homens, apenas observado diferença na fadiga, menor nos hígidos do que nos homens com DP. O Estudo 3, de delineamento quase-experimental, grupo único com medidas repetidas em quatro avaliações, propondo intervenção por meio de um programa de exercícios físicos aquáticos sobre parâmetros ventilatórios e morfofuncionais (triagem de sarcopenia, capacidade de marcha, fadiga, AVD, avaliação motora e avaliação aquática). Os critérios de inclusão foram de 1 a 4 na escala Hoehn & Yahr e liberação clínica. As avaliações ocorreram com intervalos de tempo de 3 meses entre avaliações, sendo a primeira de controle, o segundo período foi quando sucedeu a intervenção e mais um período de três meses ocorreu após a intervenção como seguimento. A intervenção ocorreu em 25 encontros, duas vezes na semana, por 3 meses, composta de cinco fases de aprendizado motor aquático (ambientação, domínio do meio líquido, exercícios terapêuticos especializados, condicionamento orgânico global e relaxamento), com ênfase em exercícios aeróbios e controlado pela escala de Borg. Participaram da intervenção 13 pessoas (71,3±5,61 anos de idade), que não apresentaram diferença significativa no período controle. Entre as avaliações do período de intervenção apresentaram diferença estatisticamente significativa na Pi máx, Pe máx, CVF, índice de Tiffeneau, VVM, fadiga e avaliação motora. Na avaliação aquática, que ocorreu no período de pré e pós intervenção, houve diferença estatística com melhor desempenho geral no pós intervenção. Como conclusão geral os estudos demonstraram que as pessoas com DP apresentaram baixa incidência de risco para sarcopenia, pela metodologia utilizada, porém tiveram, assim como os participantes hígidos da mesma faixa etária, redução de parâmetros ventilatórios. Em relação a fadiga e capacidade de marcha, a DP tem pior performance que os hígidos. A intervenção de exercícios físicos aquáticos foi efetiva para desfechos ventilatórios, fadiga e desempenho motor.

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