Resumo

Em 1960 foram implementadas várias medidas no combate ao doping no desporto, designadamente, a introdução de procedimentos para controlos antidopagem e a criação de uma lista por parte da World Anti-Doping Agency (WADA). Esta entidade revolucionou toda a estratégia na luta contra a dopagem (LJUNGQVIST, 2017). Atualmente, o consumo de substâncias dopantes é um dos grandes problemas da realidade desportiva. O objetivo deste estudo é compreender a relação entre diversos indicadores socioeconómicos globais e os casos positivos de doping no futebol em todos os países do mundo. Metodologicamente, recorremos a métodos quantitativos. Através de fontes oficiais, recolhemos os dados de todos os indicadores socioeconómicos previamente definidos e dos casos positivos de doping. Realizamos vários procedimentos estatísticos, designadamente estatística descritiva, testes de hipóteses, correlações e análise de Variância (One-Way ANOVA). Nos resultados, através dos procedimentos estatísticos, aferimos que os indicadores com maiores médias são o índice capital humano (65,05) e o índice de corrupção (41,93), significando que estes indicadores são os mais importantes para os países. Verificamos, também, que existem mais países sem casos positivos (n=126) do que países com casos positivos de doping (n=58). O Sig (2 extremidades) apresenta um p < 0.05, logo, o teste de t de Student mostra diferenças estatisticamente significativas entre todas as variáveis analisadas e o número de casos de doping,à exceção da taxa de desemprego e do coeficiente de Gini para um intervalo de confiança de 95%. Concluímos que quanto maior o capital o humano e a perceção da corrupção menor o consumo de doping. Aferimos, também,que quanto maior o IDH e o índice de felicidade, maior o consumo de doping. A taxa de desemprego e o coeficiente de Gini não mostraram qualquer diferença estatística.