Dos PCN a BNCC: o que muda no jogo da educação física escolar?

Por Pedro Henrique Silvestre Nogueira (Autor), José Ribamar Ferreira Júnior (Autor),

Parte de Teoria e prática docente: onde estamos e para onde vamos? . páginas 98 - 116

Resumo

O debate sobre Reformas Educacionais ganhou destaque nos últimos anos. Porém, políticas públicas que fomentassem a elaboração dos currículos da Educação Básica já estavam previstas na Constituição de 1988, posteriormente reafirmada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394 de 1996 (NEIRA e JÚNIOR, 2016). Várias críticas foram apresentadas nesse período, dentre elas, destacamos as levantadas por Goodson (1995), acerca da interferência de instituições externas como o Banco Mundial e o FMI na formulação das políticas educacionais no Brasil. Documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) trazem em seus textos as marcas desses embates. No campo da Educação Física, a Base Nacional Comum Curricular reforça a concepção vinculada às práticas corporais, valorizando a democratização e acesso as práticas corporais, bem como o desenvolvimento de sentidos e significados dos educandos para com elas. Desse modo, estudos de Rocha et al. (2015) evidenciaram a presença de modelos pautados nas teorias críticas na maioria dos trabalhos que se debruçam sobre a produção curricular da Educação Física e na composição de documentos estaduais. Portanto, o objetivo deste estudo é explanar os procedimentos para elaboração do documento e investigar, na perspectiva adotada pela BNCC, quais as concepções epistemológicas que nortearam os trabalhos e os efeitos que se espera causar no âmbito educacional. Se justifica pelo fato de que no texto da BNCC se configura de forma significativa a presença de teorias pósmodernas, além do objeto da cultura corporal carece de debate, haja visto sua presença na área das linguagens