Resumo
O objetivo central desta dissertação é de compreender os usos e significados do corpo produzidos especificamente na prática de Swordplay Boffering, de um grupo que frequenta semanalmente um parque público localizado na cidade de Vitória/ES. Para realização da pesquisa, lançamos mão de algumas estratégias encontradas nos estudos antropológicos/etnográficos, a saber: as observações participantes, os registros em diários de campo, entrevistas semiestruturadas e registros fotográficos. Vale salientar que tais recursos foram utilizados em dois momentos distintos, o primeiro vinculado a fase de pesquisa da Iniciação Científica e o segundo vinculado ao curso de Mestrado, como meio de continuação de produção dos dados. Após esse processo, buscamos tecer uma reflexão e análise a partir dos dados produzidos, baseando-se em leituras sistematizadas que resultaram na criação da um tópico especifico para a discussão da revisão de literatura e também para as discussão dos dados produzidos, esse último levou em consideração principalmente os acontecimentos reincidentes mais enfatizados pelos participantes da pesquisa. Na revisão de literatura oferecemos um diálogo com diferentes categorias conceituais de autores do campo das humanidades e da Educação Física afim de estabelecer um eixo de reflexão que com as questões que cercavam as vivencias no campo, tais como a relação entre o corpo e a cidade, visto que as atividades corporais (prática do swordplay) eram desenvolvidas em um espaço público. Como desdobramento da investigação, chegou-se à construção de três eixos de análise em consonância com os objetivos do estudo, sendo: a) Swordplay, corpo e tecnologia: entre a prática e o social; b) Entre as lógicas internas e o controle do corpo no clã Aesir; e c) Sem dor, sem ganho: da performance à instrumentalização do corpo. Com essas categorias buscamos entender no primeiro eixo como os usos e significados do corpo surgem na relação entre o Clã Aesir e os meios de comunicação, haja vista as inúmeras atividades e informações captadas e compartilhadas através dessas plataformas. No segundo, retomamos algumas discussões iniciadas na Iniciação Cientifica na tentativa de interpretar principalmente o impacto das lógicas internas do grupo nos usos do corpo, no controle coletivo e nas práticas punitivas. O terceiro eixo oferece um diálogo com as questões vinculadas ao ganho de resistência e performance durante a prática, buscando entender principalmente os impactos dessas ações no corpo dos praticantes. Os materiais analisados e reflexões produzidas permitiu relativizar o impacto direto da prática e da formação do grupo na vida dos praticantes, devido à variedade de consumos, motivações, vínculos de sociabilidade, etc.