Resumo

Com o objetivo de refletir sobre um possível “estado corporal circense”, buscar-se-á compartilhar um pouco da investigação da tese de doutorado em processo. Sob a perspectiva do Sistema Laban/ Bartenieff e das abordagens fenomenológicas apontadas por Michel Bernard e Hubert Godard, pretende-se levantar algumas análises sobre o que seriam dramaturgias das corporeidades circenses, propostas no próprio movimento e nos modos de fazer e de praticar as inúmeras disciplinas que envolvem a linguagem do circo. Como se esticam as tensões espaciais, como se conciliam as extremidades, subvertem princípios e ordens aparentemente estabelecidas dos sentidos humanos e do espaço ao redor do corpo? Ao considerar também alguns apontamentos sobre o que viria a ser um corpo cosmopolítico, como apresentado por Isabelle Stengers, sob o fluxo de uma ambivalência originária trazida por Umberto Galimberti, pretende-se ainda refletir sobre como e porque esses estados corporais circenses podem vir a importar para a sociedade pandêmica e pós-pandêmica. Como revirar-nos? Como acreditar na subversão dos sentidos e das tensões entre corpo-espaço-objeto para encontrar fendas de outros pequenos mundos possíveis?

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