Resumo

A partir de um corpus constituído de textos teatrais escritos e publicados por brasileiras negras e negros neste século XXI, a pesquisa se propõe a investigar características do que se tem comumente chamado de “dramaturgia negra” (ANUNCIAÇÃO, s/d; JOVINO DA SILVA, 2018; LIMA & LUDEMIR, 2018; BENEVENUTO, SOUZA & ALEXANDRE, 2018). A problemática da pesquisa compreende as seguintes indagações: o que são essas dramaturgias negras? Quais dispositivos estéticos, ideológicos e políticos podem ser identificados nessas produções? É possível identificar elementos estéticos e culturais comuns nesses esses textos dramáticos? Este trabalho se propõe a oferecer os primeiros resultados da pesquisa, em que se delineiam dois territórios possíveis dessa produção dramatúrgica: o primeiro contém textos que se caracterizam pelo discurso de afirmação da identidade negra; o segundo reúne projetos do que que estou chamando, provisoriamente, de dramaturgia do tropeço, tomando de empréstimo o termo criado por Anderson Feliciano (2021) para uma dramaturgia de autoria negra que busca construir sua identidade no próprio processo em que se realiza. Esta pesquisa faz opção por um posicionamento anticolonial, engajando-se na ação política e epistemológica de uma leitura crítica da colonialidade/decolonialidade, a fim de contribuir, numa postura antirracista, para um debate aprofundado – e, assim, para uma maior visibilidade – da produção escrita por negras e negros brasileiros para o teatro feito no país.

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