É este esporte que eu quero para mim (Patrícia)

Parte de As pioneiras do futebol pedem passagem: conhecer para reconhecer . páginas 109 - 123

Resumo

A história do futebol de mulheres no Brasil tem sido comumente narrada a partir de alguns marcos temporais: a proibição, a liberação, a regulamentação, as principais competições, entre outros. Nos meandros dessas datas, muitas coisas aconteceram fazendo com que, nas diferentes regiões do país, vingasse um futebol potente praticado sobretudo como uma forma de lazer. Após a regulamentação, em 1983, que lhe conferiu um caráter mais organizacional, muitas mulheres abandonaram os campos devido à burocratização necessária para participar das competições organizadas pelas federações, o que exigia mais comprometimento com os treinamentos e jogos. Para algumas, dividir seu tempo e ter uma dedicação mais focada no futebol era algo que não despertava mais interesse, não era prazeroso e o custo já não cabia no bolso. Se por um lado, a institucionalização da modalidade fomentou a criação de equipes e de competições, por outro, afastou aquelas que jogavam bola privilegiando o caráter lúdico, de bem-estar e de sociabilidade. Mesmo que essa situação não fosse a regra para um país com dimensões continentais como o nosso, cada Federação lidou de um jeito com a modalidade, algumas dando-lhe mais estrutura, outras não.

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