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Frank Lowy é o presidente da Federação Australiana de Futebol. Também é um bilionario, um dos homens mais ricos da Australia, e provavelmente do mundo.

Ele nasceu na antiga Tchecoslovaquia e estava na Hungria durante a Segunda Guerra Mundial. Tentou escapar, mas foi pego pelos britanicos e mandado para um campo de prisioneiros na Ilha de Chipre. De origem judaica, ainda teve tempo de se juntar a Haganah para lutar na guerra Arabe-Israelense na Galileia e em Gaza, antes de viajar para a Australia onde iria encontrar a sua familia que havia fugido da Europa nas grandes ondas migratorias do pos-Guerra. Chegou aqui em 1952. Fazendo pequenos e grandes negocios ali e acola, ficou bilionario – tipico caso de um self made man.

A ele se atribui o ‘renascimento’ do futebol na Australia, depois da antiga Liga Nacional de Soccer ter sido extinta no inicio dos anos 2000. Contando com suas credenciais de homen influente no meio dos negocios, ele conquistou apoios e patrocinadores fundamentais para fazer renascer as instituicoes e a liga australiana, agora usando o nome ‘correto’ de ‘football’.

Lowy recentemente protagonizou um episodio tragicomico, quando, no inicio de maio, na hora de entregar o trofeu e as medalhas para o time campeão da A-League, caiu de cima do palco montado no campo; a coisa foi meio assustadora, um grande tombo para um octogenario, mas ele se safou ileso.

Mas o melhor dele ocorreu nestes ultimos dias, quando, depois de toda a confusão e prisões no congresso da FIFA, e apesar da Federação Asiatica de Futebol e todos os seus membros manifestarem apoio ao Blatter, ele retirou o seu suporte e corajosamente declarou o voto australiano no principe oponente (todos sabemos o que Blatter, carinhosamente, disse ao final de tudo, sobre os que não votaram com ele: “eu perdoo, mas não esqueço”).

Fiquei orgulhoso do velho Lowy.

Eu sei, eu sei. Ja passei da idade da santa ingenuidade. Desde o mes passado.  Eu sei que ha grandes interesses geopoliticos e economicos por tras de tudo isso. Mas não pude deixar de me regozijar. Afinal, com este bolivarianismo ao contrario que estamos vivendo em diversos cantos do mundo, não é  todo dia que meu pais vota contra os poderosos de sempre. E que vemos fascistas na cadeia.

Assim, rego-zijando (que palavra dificil de falar!). Com este orgulho no peito, resolvi parodiar a canção de ‘feliz aniversario’ que se canta no Maranhão

Hoje é dia de festa

Que nos alegra as almas

O Marin esta na cadeia

Uma salva de palmas!

(viva Capiba!)

30.05.2015

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