É Proibido Cochilar: os Signos e Significados das Práticas Corporais do Forró Universitário Como Contribuição Para o Currículo Cultural da Educação Física
Por Mário Luiz Ferrari Nunes (Autor), Ricardo Henrique Zambon (Autor).
Em Conexões v. 16, n 4, 2018. Da página 565 a 581
Resumo
Este trabalho visa colaborar com a democratização dos saberes propostos pelo currículo cultural da Educação Física. Neste sentido, relata sobre os significados do forró universitário para que o docente em ação na escola tenha elementos que o auxiliem na elaboração de um currículo que atenda às diversas práticas culturais, colaborando com a justiça curricular. Utiliza, ainda, a etnografia participante a partir da perspectiva pós-moderna, adotando a posição de um flâneur. As observações foram realizadas em quatro momentos diferentes em uma casa noturna de forró universitário, com foco nas formas de regulação da cultura dos forrozeiros. Incita a produção de estudos etnográficos como base para a interpretação dos códigos culturais das práticas corporais e a sua tematização no currículo.
Referências
ALFONSI, Daniela do Amaral. Para todos os gostos: um estudo sobre classificações, bailes e circuitos de produção do forró. 2008. 145 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
FLICK, Uwe. Introdução à Pesquisa Qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
HALL, Stuart. A Centralidade da cultura: notas sobre as revoluções de nosso tempo. Educação & Realidade. Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 15-46, 1997.
HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da; HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn (Org.) Identidade e diferença: As perspectivas dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 103-133.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
KELLNER, Douglas. A globalização e os novos movimentos sociais: lições para a teoria e a pedagogia críticas. In: BURBULES, Nicholas; TORRES, Carlos Alberto (Orgs.). Globalização e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004. p. 195-208.
MCLAREN, Peter. O etnógrafo como um flâneur pós-moderno: reflexividade crítica e o pós-hibridismo como engajamento narrativo. In: MCLAREN, Peter. Multiculturalismo revolucionário: pedagogia do dissenso para o novo milênio. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. p. 82-116.
NEIRA, Marcos Garcia. Práticas corporais: brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginásticas. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2014.
NEIRA, Marcos Garcia; NUNES, Mário Luiz Ferrari. Pedagogia da Cultura Corporal: críticas e alternativas. São Paulo: Phorte, 2006.
NEIRA, Marcos Garcia; NUNES, Mário Luiz Ferrari. Educação Física, currículo e cultura. São Paulo: Phorte, 2009.
NUNES, Mário Luiz Ferrari. Educação Física na área de códigos e linguagens. In: NEIRA, Marcos Garcia; NUNES, Mário Luiz Ferrari. (Org.). Educação Física Cultural: escritas sobre a prática. Curitiba: CRV, 2016. p. 51-72.
NUNES, Mário Luiz Ferrari. Planejando a viagem ao desconhecido: o plano de ensino e o currículo cultural de Educação Física. In: FERNADES, Celina. (Org.) Ensino Fundamental - Planejamento da Prática Pedagógica: revelando desafios, tecendo ideias. Curitiba: Appris editora, 2018. p. 75-112.
SIMON, Roger I. A pedagogia como uma tecnologia cultural. In: SILVA, Tomaz Tadeu. Alienígenas na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 61-84.
SILVA, Tomaz Tadeu da. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 1997.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Autêntica. Belo Horizonte: 1999.