Resumo

Neste trabalho problematizo atos performativos de gênero nos anos iniciais do Ensino Fundamental de escolas da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre (RMEPOA). Metodologicamente trata-se de uma pesquisa qualitativa que tem como instrumentos de pesquisa entrevistas semiestruturadas realizadas com professoras.  A partir disso, foi possível compreender que nas aulas de educação física há naturalidade na suposta diferença como meninas e meninos brincam, bem como nas diferenças no modo como participam das aulas. Nesse contexto, provoca estranheza quando alguma criança rompe com as fronteiras binárias de gênero. Ademais, insultos e falta de reconhecimento destas crianças buscam manter a ordem discursiva vigente no currículo, a ordem heterossexual.

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