Resumo


O teste de resistência aeróbia dos 9 minutos é amplamente utilizado como indicador
dos níveis de aptidão cardiorrespiratória de crianças e adolescentes. Não obstante,
fatores biológicos e/ou mecânicos podem influenciar diretamente no desempenho
final do teste em crianças e jovens. Assim, o objetivo deste estudo foi identificar o
coeficiente de determinação do VO2máx. e da economia de movimento (EM) no
desempenho do teste de corrida-caminhada de 9 minutos, controlando o efeito da
maturação biológica. A amostra do estudo foi não aleatória por conveniência,
constituída por 27 meninos, entre 10-15 anos de idade. O estágio maturacional foi
determinado de acordo com a pilosidade púbica através de TANNER (1962). A EM
(4 minutos em velocidade constante) e VO2máx. (maior valor de VO2 atingido no
teste) foram obtidos através de um teste de esteira de carga progressiva até a exaustão.
O teste de 9 minutos foi realizado conforme PROESP-BR (2002). Utilizou-se correlação
parcial de Pearson com nível de significância de 5%. As correlações foram
categorizadas conforme MALINA (1996). Os resultados demonstram correlações
altas e estatisticamente significativas tanto de VO2máx. (r=0,62), quanto de EM
(r=0,73) com o teste de 9 minutos. Ao controlarmos o efeito da maturação biológica
nas relações entre VO2máx.(r=0,66) e EM (r=0,75) com o teste aeróbio, verificamos
um leve incremento nos coeficientes de correlação. Assim, podemos detectar que a
EM e VO2máx. explicam respectivamente 56% (0,752) e 43% (0,662) da variação
do desempenho do teste. Além disso, a maturação biológica parece exercer pouco
efeito na relação destas variáveis com o teste de 9 minutos, pois não altera
significativamente os valores de correlação. Estes resultados, ao apontar uma
significativa influência da EM no desempenho do teste de 9 minutos, leva-nos a crer
que o VO2máx., de forma isolada, pode não representar a forma mais efetiva da
expressão da aptidão cardiorrespiratória

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