Resumo
EDITORIAL: Revista Motricidade Vol. 02 N.º03 | Julho ‘06 O signifi cado da Scielo O presente número da Motricidade apresenta o primeiro exemplar após termos a aprovação para que o periódico seja indexado na base de dados Scielo. Desde há algum tempo que não escondemos a nossa vontade de alcançar esse objectivo. A Scielo é uma organização que representa a comunidade científi ca de uma forma universal e, particularmente nas áreas de conhecimento associadas à saúde, é já há muitos anos uma base de referência. É verdade que a Academia da América Latina tem-se organizado mais do que nós com direcção à Scielo, procurando reforçá-la e reconhecendo- lhe a justa importância. Em Portugal, pelo menos nas áreas de conhecimento relacionadas directamente com a actividade física, só muito recentemente apareceu a indexação na Scielo. Em boa hora chegou essa realidade e em melhor hora a Motricidade foi capaz de apanhar a carruagem. Dizem que a satisfação que o ser humano sente quando alcança um objectivo não radica no próprio objectivo em si, na sua natureza ou mesmo no seu signifi cado. Dizem, antes, que a satisfação radica sobretudo, e é directamente proporcional, ao esforço e tempo que foi dedicado para que esse desiderato fosse alcançado. De certa forma concordo com esse princípio. Com efeito, o objectivo após ultrapassado torna-se ele mesmo obsoleto e, não raro, motivo da sensação de vazio que descrevem, por exemplo, os atletas nos dias seguintes ao alcance de um feito memorável. Provavelmente alguns Psicólogos terão já estudado o fenómeno e o saberão explicar bem melhor. Sendo desconhecedor das teorias científi cas que o possam explicar, porque certamente existem, limito-me a traduzir um sentimento que observei continuamente nos anos de contacto directo com o Desporto de Rendimento. Todavia, não quero com essa ideia signifi car a aplicação da mesma ao sentimento colectivo que experimentam agora aqueles que têm construído a Motricidade. Contrariamente, não só não existe qualquer sensação de vazio, como existe uma motivação adicional para continuar a tarefa de desenvolver e fazer crescer este periódico. O facto de vermos a nossa revista na Scielo não nos orgulha mais do que motiva, não nos engrandece mais do que compromete, nem nos premeia mais do que onera. Mas devo confessar que era um objectivo importante para o periódico e para quantos colaboram na sua feitura; talvez mesmo para muitos que não tendo ainda colaborado possam agora sentir essa motivação adicional para o fazer. Permitam-me destacar o artigo de opinião contido no presente número da Motricidade: Os valores morais de uma profi ssão, da autoria do distinto José Geraldo de Freitas Drumond. Sobre o teor do mesmo não me pronunciarei, obviamente. Queria apenas realçar o contributo desta nobilíssima fi gura da Academia Brasileira para a nossa missão. Quando digo nossa missão não me refi ro aos limites deste mero periódico. Refi rome, antes, ao desenvolvimento colectivo das Academias Portuguesa e Brasileira, no qual o professor José Geraldo Drumond se tem empenhado, quer nos seus prévios mandatos como Magnífi co Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros, quer presentemente no pleno exercício da Presidência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. A ele o nosso sincero obrigado. O Editor Victor Machado Reis IV miolon3-vol2.indd 4 23-10-2006 20:38:14