Editorial
Por Leandro Carlos Mazzei (Autor), Michel Fauze Mattar (Autor).
Em Revista de Gestão e Negócios do Esporte - RGNE v. 2, n 1, 2017.
Resumo
Atravessamos um momento decisivo para a consolidação da Gestão do Esporte como área de conhecimento relevante para o adequado desenvolvimento do esporte no Brasil. O velho modelo de gestão baseado no associativismo e, principalmente, no voluntariado, vem dando sinais de que, sem o incremento de práticas modernas, eficazes e inovativas de gestão, não será suficiente para elevar o esporte nacional aos patamares desejados, seja em termos técnico-esportivos, seja em termos de negócios. Os estudos e pesquisas que conseguem transformar seus experimentos em modelos efetivamente replicáveis tem papel importante neste processo de fornecer insumos para que as entidades de administração e prática como um todo possam elevar os níveis de qualidade de suas gestões contribuindo, em última análise, para a melhora do setor como um todo. Este número da Revista de Gestão e Negócios do Esporte apresenta oito artigos que, absolutamente, caminham nesta direção. O primeiro artigo procura apresentar e discutir um conceito relativamente novo - a prática de cocriação de valor – refletindo sobre sua adoção no contexto dos eventos esportivos. O segundo artigo tem como foco o Campeonato Brasileiro de Futebol, buscando verificar relações existentes entre receita com bilheteria, novas arenas, taxa de ocupação e ticket médio obtido pelas equipes participantes da Série A. O terceiro artigo promove nova reflexão qualitativa sobre o legado dos megaeventos esportivos realizados no Brasil, porém desta vez, exclusivamente, sob a ponto de vista de gestores públicos a frente de Secretarias de Esporte. O quarto artigo tem como foco as competições escolares, o que, por si só, torna-o muito relevante, por abordar uma área tão carente de estudos no Brasil. O foco está na identificação dos principais fatores que motivam os consumidores a comparecer em eventos desta natureza. O quinto artigo aborda o tema geomarketing esportivo, promovendo uma interessante reflexão, por meio da comparação de duas Ligas de Basquetebol Sul-Americanas, sobre os possíveis fatores que influem na definição da localização geográfica de cada clube presente nas Ligas. O sexto artigo traz uma excepcional análise da real pertinência e adequação dos modelos existentes para avaliação de eficácia organizacional no esporte. Em um momento em que a eficácia da gestão no esporte é o assunto em pauta, as reflexões presentes neste artigo são indispensáveis. O sétimo artigo faz uma análise cuidadosa e aprofundada dos impactos produzidos por uma estratégia de comunicação digital de um clube de rugby brasileiro, refletindo sobre a eficácia desta ferramenta como instrumento de relacionamento com os torcedores no esporte. Finalmente, o oitavo e último artigo é, na realidade, um ensaio sobre a Gestão do Esporte que, de forma contundente e assertiva, promove ótimas reflexões sobre o presente e o futuro desta área no Brasil pós megaeventos