Resumo

O sistema desportivo internacional foi estabelecido a partir dos finais do século XIX. Num momento histórico, em que se desenvolvia em toda a sociedade um conceito de gestão essencialmente burocrático. As lógicas de poder nas organizações eram baseadas em pirâmides hierárquicas, em que o controle e sujeição dos diversos níveis a princípios muito rígidos e inflexíveis, assumiam o fator fundamental da obtenção do sucesso. As organizações desportivas, aceitaram os princípios democráticos de construção e funcionamento, mas ficaram impregnadas de níveis de representatividade territorial (local, regional, nacional, continental e mundial), áreas de intervenção (legislador, executivo, fiscal e judicial) e coordenação dos intervenientes (atletas, árbitros e dirigentes). Resultando num edifício de múltiplas castas, de enorme complexidade que se foi multiplicando em diversos contextos sociais (federado, escolar, universitário, adaptado, militar, laboral, etc.). Os princípios democráticos não se perderam, mas foram adulterados por sistema de representatividades nas eleições, e interesses que minaram a eficácia e a morosidade de todo o sistema. Hoje, no século XXI com toda a tecnologia disponível ao nível das telecomunicações, das viagens, do digital e das novas ferramentas de gestão, como se justifica que o sistema desportivo internacional, demore tanto tempo a promover as alterações que todos consideram essenciais, mas são sucessivamente boicotados.

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