Resumo

A Revista Brasileira de Estudos do Lazer – RBEL traz o Dossiê “Lazer e Cultura” para tratar de dois temas atuais e relevantes, e as relações entre eles. A cultura como expressão humana máxima, capacidade de simbolizar e manifestação de ethos particulares e globais, e o lazer como expoente dessa cultura, das práticas culturais que buscam a ludicidade.

O Dossiê conta com a participação de pesquisadores experientes e renomados na referida temática em nível nacional e internacional cujos estudos balizam essas dimensões da vida humana e apresentam pesquisas e ensaios resultantes de suas atuações nesse campo de conhecimento, tocando em questões de importância seminal.

Manuel Cuenca Cabeza, da Universidad de Deusto, em Bilbao, Espanha, apresenta o texto “Las culturas del ócio”, no qual busca analisar as culturas que se configuram na cultura do ocio, considerando o fenômeno desde sua vertente positiva, a partir dos resultados de diferentes pesquisas empíricas, os quais demonstram as diferenças entre cinco tipos de cultura do lazer/ócio: lúdica, criativa, festiva, ambientalecológica e solidária.

Maria Manuel Baptista, da Universidade de Aveiro, Portugal, no texto “Estudos de Ócio e Leisure Studies: o atual debate filosófico, político e cultural” procura analisar, e contrapor, os diferentes modos de desenvolvimento dos Estudos de Ócio (de origem ibero-americana) e dos Leisure Studies (de criação e inserção essencialmente anglosaxónica), buscando debater as principais diferenças e semelhanças, quer conceituais quer epistemológicas e metodológicas, entre ambos os paradigmas científicos, tal como se constituíram desde os finais do século XIX até hoje. Além disso, problematiza o conceito de ócio/lazer, em articulação com o conceito de trabalho, e busca introduzir no debate sobre os estudos de ócio/lazer uma dimensão política na pósmodernidade.

Newton Cunha, do SESC São Paulo, apresenta o texto denominado “Lazeres na Roma Antiga” trazendo contribuições históricas sobre o lazer primitivo em Roma, na transição da República para o Império; na Monarquia com relatos de festas rústicas; bem como a cultura do divertimento e da festa característica dos romanos. Também discorre sobre o lazer estudioso ou contemplativo e revela ser este extremamente útil para a vida prática de jovens e de adultos.

Nesse sentido, espera-se que este Dossiê “Lazer e Cultura” possa ajudar a produzir um debate crítico sobre a temática, contribuindo para a densificação e o aprimoramento das análises sobre cultura e lazer, levando em consideração a necessidade de compreender tais categorias em perspectivas interdisciplinares, e reposicionando o campo científico relacional dessa estreita relação.

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