Resumo
A pesquisa procurou compreender e discutir os diferentes imaginários médicos, do início do século XX, em relação à natureza brasileira, assim como, as distinções feitas entre o ambiente urbano e o rural. A partir, principalmente, das relações emersas entre os movimentos sanitarista, higienista, eugenista e a Educação Física, observou-se a consolidação, no Brasil, de um imaginário que concebia a natureza como ambiente ideal, tanto para a cura e a prevenção de doenças, quanto para o fortalecimento e a educação do corpo, por meio de exercícios físicos como a ginástica, o esporte, os jogos e práticas terapêuticas como a helioterapia, a hidroterapia e a climatoterapia. Seguindo os caminhos de tal concepção de natureza, o Departamento de Educação Física do Estado de São Paulo, órgão subordinado a Secretaria da Educação e Saúde Pública, sobressai-se, uma vez que foi responsável, já na década de 1930, por importantes intervenções junto a duas instituições extra-escolares que mantinham proximidade com o imaginário da natureza curativa e educativa: os Parques Infantis e as Colônias de Férias. Quanto à instituição escolar, foi o Departamento de Educação Física do Estado de São Paulo responsável por criar e dirigir a Escola de Aplicação ao Ar Livre Dom Pedro II, a qual se conformou como uma instituição de ensino experimental localizada no interior de um parque público e que manteve como objetos centrais de sua pedagogia a Educação Física e a natureza.