Resumo

Este artigo traz à tona o empreendimento jesuítico no Brasil do século XVI, cujas estratégias colonizadoras iam muito além da religião, da política, da cultura, atingindo propriamente as diversas línguas nativas. A revolução linguística que os portugueses implantaram em terras brasileiras modificou o quadro social vigente, visto que as línguas indígenas, ao passo que eram aprendidas pelos padres jesuítas, entravam em processo de redução, a fim de serem catalogadas em uma gramática geral. Esta pesquisa mostra como a língua portuguesa, desde a chegada dos jesuítas, transforma-se, paulatinamente, em uma língua de herança, através dos letramentos de pequenos curumins, que com o tempo passavam a usar mais o português que sua língua materna. O documento denominado Ratio Studiorum pautará as ações de letramento jesuíticas, deixando claro que, apesar de todas as obras produzidas em língua nativa pelos padres, especialmente José de Anchieta, o plano jesuítico sempre fora legar as manifestações nativas ao esquecimento, impondo o português como língua oficial no Brasil.

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