EDUCAÇÃO ESPORTIVA: Aprendizagem Cooperativa como estratégia para inclusão

O ensino das modalidades esportivas suscitam sentimentos antagônicos durantes a realização das aulas de educação física. Ao mesmo tempo em que possui grande apelo junto aos estudantes devido à significativa influência da mídia, por outro lado, é um dos eixos que mais escancara as diferenças e o insucesso dos alunos, fatores esses conhecidos por contribuir para o afastamento discente das atividades de educação física. Estudos apontam que essas problemáticas se devem em grande parte à forma de ensino adotada pelos professores, que em muitos casos carregam vestígios da educação física esportivista, hegemônica em décadas passadas. O processo de redemocratização iniciado na década de 80, e especialmente os direitos garantidos na atual legislação educacional brasileira, colocaram à educação física mais um desafio, a inclusão de alunos com deficiência nas aulas independente do tipo de deficiência. Frente a esse desafio, entendemos que o modelo instrucional denominado Aprendizagem Cooperativa possa ir ao encontro de todas essas demandas. Nessa metodologia os estudantes realizam atividades em pequenos grupos heterogêneos, nos quais os alunos visam à melhoria do seu aprendizado individual e dos demais integrantes do grupo, criando assim, uma interdependência positiva entre eles. Esse modelo coloca ao docente a necessidade de implementar um outro clima durante as aulas de educação física, no qual as diferenças são entendidas como condição humana e passível de reorganização da atividade pelo grupo, ou seja, o erro é visualizado pelo grupo como forma de aprendizado devendo resolver a situação coletivamente. Desta forma, o foco principal do ensino das modalidades esportivas se desloca do desempenho e caminha para o aprender juntos, de modo que todos possam vivenciar, conhecer, refletir e ressignificar as práticas corporais considerando a particularidade de cada um. A formação dos professores para educação inclusiva e, particularmente para a educação física inclusiva se mostra fundamental, sugerindo a importância de formações continuadas que contribuam para a superação dos desafios diários enfrentados no interior da escola.

Referências Bibliográficas 

BALEOTTI, L. R.; DEL-MASSO, M. C. S. Diversidade, diferença e deficiência no contexto educacional. In: OLIVEIRA, A. A. S. et al. (Org.). Inclusão Escolar: as contribuições da Educação Especial. São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: Fundepe, 2008. p. 33-44. CALLADO, C. V. (coord.). Aprendizaje cooperativo en Educación Física: fundamentos y aplicaciones práticas. Barcelona: Inde Publicaciones, 2010. 255p. SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Orientações didáticas do currículo da cidade: Educação Física. São Paulo: SME/COPED, 2018. 96p.