Resumo
O estudo de caso aqui empreendido teve um certo caráter pedagógico, no sentido de debater algumas questões entre a teoria e a prática da Educação Física no 3o Grau. Nesse contexto, privilegiou-se uma abordagem histórica, que apontou para as dimensões políticas e ideológicas ligadas à problemática da Educação Física nas universidades brasileiras. No sentido de direcionar os questionamentos fundamentais que permeiam a Educação Física no 3o Grau, o objetivo principal desta monografia foi analisar o modo como a Educação Física vem sendo trabalhada no ensino superior, bem como propor uma discussão das teorias que justificam o objeto de estudos da Educação Física no 3o Grau preponderantemente centrada na prática de atividades físicas. De início, ficou evidente a ausência de um instrumental teórico mais adequado, que permitisse um tratamento crítico do processo em estudo. Apesar disso, este trabalho buscou associar algumas questões relevantes ao tema na argumentação que se segue. Em primeiro lugar, foi argüida a obrigatoriedade da Educação Física no 3o Grau. Em segundo lugar, na discussão teórica, procurou-se distinguir a Educação Física enquanto disciplina acadêmica da atividade física. Esta proposição revelou-se importante para a conclusão desta monografia, na medida em que identificou na prática de atividades físicas, uma premissa limitadora da construção do campo teórico desta área de ensino. Um terceiro ponto, fundamental, também examinado, foi o caráter que a Educação Física deve assumir no 3o Grau, posto que, nas condições brasileiras, o 3o Grau é o local privilegiado e quase exclusivo para a pesquisa científica. A partir destas análises, novas alternativas e possibilidades foram apontadas no corpo deste trabalho, indicando nas conclusões, um caminho para a solução de um dos problemas básicos que tem gerado a vulnerabilidade da função educacional e social da Educação Física, enquanto área de conhecimento.