Resumo

A Educação Física entendida como atividade escolar historicamente esteve a serviço de diferentes projetos de governo, marcada pelo seu viés alienante e confundida muitas vezes como sinônimo de ginástica, esportes ou simplesmente um momento de recreação para descansar as crianças das disciplinas ditas como importantes dentro do currículo escolar. Leciono em uma escola de Educação Infantil localizada na cidade de Orlândia e esse histórico da disciplina ainda se faz presente na visão da comunidade escolar, direção, coordenação e professores(as), gerando narrativas que desvalorizam a função social do componente curricular, dificultando o processo de transformação da área e, por consequência, desestimulando práticas político-pedagógicas contra hegemônicas. Visando modificar esse pensamento que não valoriza a Educação Física enquanto disciplina pedagógica e dialogando com um aparato legislativo progressista e pesquisas recentes, no qual compreendem que os currículos da Educação Infantil devem se pautar nos eixos das interações e brincadeiras, articulando o cuidar e o educar como algo indissociável nessa etapa de ensino, e de forma interdisciplinar, levando em consideração os mais variados tipos de linguagem, pretendemos destacar os pressupostos epistemológicos que fundamentam nossa atuação político pedagógica “COM” a Educação Infantil. A atuação do professor de Educação Física que dialoga com a área de Linguagens pressupõe a efetiva participação do mesmo nas reuniões pedagógicas e projetos escolares, buscando parcerias com docentes polivalentes, ou seja, uma área de conhecimento que esteja integrada e articulada à proposta curricular da Educação Infantil, que dialoga “COM” seus alunos(as) mapeando as práticas corporais que eles e elas apresentam, buscando identificar os seus signos e significados e, posteriormente, problematizando-as, visando ampliar a leitura de mundo deles e delas sobre essas manifestações da cultura corporal. Além disso, na nossa prática político-pedagógica, compreendemos a criança como sujeito do processo educativo, onde as atividades de ensino oportunizadas dentro das aulas partem de um planejamento participativo e círculos de cultura, que acontecem em diferentes espaços educativos. Nessa perspectiva, utilizamos diferentes linguagens para fundamentar e sistematizar a nossa atuação político pedagógica e ampliar os conhecimentos que as crianças trazem sobre as práticas corporais.

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