Educação física crítico-libertadora: imagens que retratam os marcadores socioculturais que atravessam as práticas corporais

Essa exposição fotográfica é fruto de uma experiência político-pedagógica organizada de forma coletiva com os(as) estudantes do 1º ano dos cursos de Administração e Informática integrados ao Ensino Médio do Instituto Federal de São Paulo – campus Jacareí durante o primeiro semestre de 2022. Após a tematização e a problematização de diversificadas práticas corporais nas aulas de Educação Física Escolar, estudantes e professor produziram imagens retratando os marcadores socioculturais que atravessam as danças, ginásticas, esportes, lutas, jogos e brincadeiras. As fotos criadas representaram as dificuldades das mulheres para ampliar o seu espaço no mundo esportivo, o racismo que as pessoas negras sofrem no esporte de alto nível e nas práticas esportivas durante o lazer, a pressão para crianças talentosas se tornarem jogadores(as) profissionais pelos técnicos de futebol, a hierarquia midiática para a transmissão de eventos esportivos, as desigualdades socioeconômicas da juventude que ocasionam uma grande dificuldade para que os(as) jovens mais pobres vivenciem os gestos das manifestações da cultura corporal, a discriminação sofrida pelas pessoas que praticam a gestualidade do funk e a consequente repressão policial dos bailes nas periferias, a pressão estética da sociedade para que todos e todas tenham um corpo considerado “perfeito”, a utilização de anabolizantes para melhorar o rendimento nos esportes e a corrupção nas práticas esportivas para conquistar resultados positivos pelos(as) atletas. Destaco que o projeto educativo foi inspirado no currículo crítico-libertador da Educação Física, que possui como fundamento epistemológico, político e pedagógico a conscientização coletiva nas aulas do componente curricular sobre os conhecimentos históricos, sociais, econômicos, políticos, biológicos e fisiológicos produzidos pela humanidade relacionados com as práticas corporais a partir do diálogo, com a intencionalidade de construir uma sociedade com justiça social. Por fim, considero que compartilhar as experiências produzidas no cotidiano escolar nas aulas de Educação Física é muito importante para o fortalecimento da área e a formação de professores(as) intelectuais transformadores(as).

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