Resumo

Abrimos este volume 43 da Revista Brasileira de Ciências do Esporte (RBCE) com editorial cujo título reproduz o tema do XXII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte (CONBRACE) e IX Congresso Internacional de Ciências do Esporte (CONICE), com realização prevista para o período estendido de 12 de setembro a 17 de dezembro próximos.

Defender vidas e afirmar as ciências nunca foi tão necessário ante o clima de desinformação que favorece a disseminação de negacionismos encampados por governos com políticas escancaradamente anticientíficas. Mesmo num contexto de emergência na saúde pública, não se reconhece a importância da ciência e das universidades como instituições profundamente envolvidas e essenciais na busca de soluções e realizações de combate à pandemia. Evidências desse processo são os sucessivos cortes no financiamento à pesquisa e desmoralização das universidades, comprometendo a capacidade de resposta do país à Covid-19 (Mascarenhas et al., 2020).

Lamentamos e nos solidarizamos aos amigos e familiares das 250 mil vítimas da epidemia no país (em 24/2/2021). Se o Brasil tivesse tido um desempenho apenas “mediano” no combate ao vírus, a julgar pela média mundial, mais de 150 mil vidas teriam sido salvas (em 21/1/2021), afirma Hallal (2021). Para além de omissões na coordenação nacional para organizar o combate à pandemia e prover recursos, o mapeamento e análise das normas jurídicas de resposta à Covid-19 no Brasil, produzido pelo Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (USP), revela a existência de uma estratégia institucional de propagação do Coronavírus promovida pelo Governo Federal. Foram mais de 3 mil atos normativos editados pela União em 2020 contrários a recomendação de entes técnicos. Dentre inúmeras medidas nocivas apontadas, estão aquelas que dificultaram a implementação do distanciamento social e estimularam o uso de drogas sem comprovação científica

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