Resumo

A Educação Física (EF) aparece muito cedo no sistema educativo brasileiro, tanto na formação de professores quanto no programa da escola primária e no colégio. Os conteúdos educativos e a circulação dos saberes, que construíram esta disciplina, se articularam, ao redor da ginástica, até o fim do Estado Novo. Nesta esquema, o papel e o interesse do Estado são diferentes segundo os regimes políticos. As vezes marginalizada, porque não era considerada como uma disciplina escolar, as vezes submetida as teorias higienistas e o método natural (francês) entre as duas guerras mundiais, a EF modifíca-se com a ação de professores que acham, nas ciências humanas francesas, nos anos sessenta, os meios de expressão de uma reivindicação identitária. A volta à democracia, nos anos oitenta, coincide com a captação da história da EF pelos seus próprios professores cujo objetivo é democratisar o esporte. Só quando a EF se dota das ciências auxiliares e se enriquece com as culturas esportivas é que ela obtem um reconhecimento identitário. Constatamos, nesta evolução, a aparição de novas modalidades esportivas desconectadas da esfera escolar. Assim, vira possivel uma história do esporte no Brasil, a partir de uma história cultural das sociedades urbanas.

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