Resumo

Este trabalho teve por objetivo aplicar um programa de atividade física e estudar os seus efeitos na postura corporal e nos hábitos de vida. Foram selecionados 40 voluntários, do sexo masculino, trabalhadores do setor da marcenaria da UNICAMP. Inicialmente, foi realizada a avaliação postural computadorizada, tendo em vista estudar os níveis posturais, através de marcações em pontos anatômicos no corpo humano, nos planos: frontal (anterior e posterior), sagital (direito e esquerdo) e transverso (superior e inferior) e houve aplicação de protocolo através do qual pudemos traçar o perfil dessa população. Para efeitos de análise estatística os 40 indivíduos (GI) foram subdivididos em dois grupos, sendo: atividade 01 (n=8) indivíduos que executam as atividades sentados e atividade 02 (n=32) indivíduos que executam as suas atividades em pé/andando e foram agrupados em A, B, C de acordo com as variáveis: membros superior e ombro (grupo A); membro inferior e quadril (grupo B) e somente escápulas (grupo C). Para medir as correlações da variáveis A, B, e C foi utilizado como instrumento estatístico coeficiente de correlação e teste t a fim de comparar as variáveis da atividade 1 e 2. Desse primeiro momento encontramos os seguintes resultados: as posturas de trabalho não estão influenciando nas alterações de desníveis, desvios e assimetrias posturais, mas sim os movimentos repetitivos e não realização de exercícios físicos. Constatamos as seguintes situações: que muitos indivíduos não tinham hábitos de vida saudável; havia um número significante de portadores de doenças e desconfortos físicos; não cuidavam do corpo e não tinham uma alimentação adequada. A partir desses resultados elaboramos um programa de atividade física e saúde a esta população, que teve a duração de 8 meses, com sessões de uma hora, duas vezes por semana. Chamamos de grupo II (GII, n=10) os que acompanharam o programa até o quinto mês e grupo III (GIII, n=30) os que freqüentaram até o final. Após este período realizamos a reavaliação postural computadorizada, onde foram observadas alterações irrelevantes e reaplicamos o protocolo de avaliação. Notamos diminuição de peso corporal e desconfortos físicos nos três grupos; aumento da estatura e melhoria nas condições de trabalho também nos três grupos; diminuição das porcentagens da doenças, de consumidores de bebidas alcoólicas e fumantes nos grupo I e III e no grupo I manteve-se; diminuição do consumo de carnes vermelhas; massas e doces e aumento de carnes brancas e legumes nos três grupos: quanto as frutas e cereais aumentaram nos grupo I e III e mantiveram no grupo II. O programa ajudou nos aspectos de bem-estar, relaxamento, integração social, melhoria nos sintomas de dores e desconfortos físicos e rendimento no trabalho. Concluímos que o programa de atividade física e saúde foi eficiente, contribuiu para melhorar de vida dessa população, e deve perdurar por toda a vida. Recomendamos a sua extensão a demais classes trabalhadoras.

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