Resumo

Este estudo incita a problematização sobre o cuidado em saúde mental, na perspectiva da integralidade, no âmbito da intervenção profissional da Educação Física a partir de oficinas de corporeidade. Tem como objetivo cartografar as oficinas de práticas corporais como estratégia de cuidado integral no plano terapêutico da Saúde Mental, situado sobre o território do CAPS Geral e Ad de Eusébio-Ceará. Quanto à metodologia, tratou-se de um estudo de natureza empírica, descritivo, com abordagem qualitativa, cujo método é um relato de experiência atravessado pela disposição cartográfica. A coleta de dados foi realizada através do diário de campo do sujeito-autor (residente de Educação Física), assim como os registros documentais de planejamento e avaliação das oficinas de práticas corporais no cuidado com o usuário dos serviços. A implicação cartográfica circunscreve o modo de planejamento e materialidade das oficinas de práticas corporais, assim como as características de duração, periodicidade e categorias profissionais envolvidas, demarcando também os pressupostos da integralidade em saúde fundados na intervenção do profissional de educação física no escopo da saúde mental. A análise interpretativa dos dados foi realizada através da análise de conteúdo. Verificou-se pela disposição cartográfica que as oficinas de práticas corporais são estratégias potenciais de cuidado do profissional de Educação Física, uma vez que possibilita a integralidade em saúde do usuário, fomenta a democratização deste cuidado, suscita a intervenção multiprofissional, busca a mobilização de metodologias participativas incidindo no coinvestimento dos sujeitos em implicação social colaborativa.

Referências

BRASIL. Casa Civil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Disponível em: . Acesso em: 20 de abr. 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília: Distrito Federal, 2004.

FERREIRA, L. A. S.; DAMICO, J. G. S.; FRAGA, A. B. Entre a composição e a tarefa: estudo de caso sobre a inserção da Educação Física em um serviço de Saúde Mental. 2017. Disponível em: . Acesso em: 08 de mai. 2017.

FURTADO, R. P.; NETO, R. C.; RIOS, G. B.; MARTINEZ, J. F. N.; OLIVEIRA, M. F. M. Educação Física e Saúde Mental: uma análise da rotina de trabalho dos profissionais dos CAPS de Goiânia. 2016. Disponível em: . Acesso em: 08 de mai. 2017.

FURTADO, R. P.; OLIVEIRA, M. F. M.; SOUSA, M. F.; VIEIRA, P. S.; NEVES, R. L. R.; RIOS, G. B.; SIMON, W. J. O trabalho do professor de Educação Física no CAPS: Aproximações Iniciais. 2015. Disponível em: . Acesso em: 08 de mai. 2017.

GUIMARÃES, A. C.; PASCOAL, R. C. A.; CARVALHO, I. Z.; ADÃO, K. S. A inserção social através de práticas de educação física como medidas interventivas para pacientes psicóticos e neuróticos graves do CAPS de São João del-Rei. Minas Gerais: São João del-Rei, 2012.

JOSSO, M. C. Experiências de vida e formação. São Paulo: Cortez, 2004.

LIBERMAN, F.; LIMA, E. M. F. A. O Corpo de um Cartógrafo. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 19, n. 52, p. 183-193, 2015.

MACHADO, G. J.; GOMES, I. M.; ROMERA, L. A. A atuação do professor de Educação Física nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas da Grande Vitória-ES. 2016. Disponível em: . Acesso em: 08 de mai. 2017.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2007.

MOURA, N. L.; GRILLO, D. E.; MERIDA, M.; CAMPANELLI, J. R.; MERIDA, F. A influência motivacional da música em mulheres praticantes de ginástica em academia. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.6, n.3, p.103-18. 2007.

MUYLAERT, C. J. Formação, vida profissional e subjetividade: narrativas de trabalhadores de Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil. [Dissertação de mestrado]. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013.

OLIVEIRA, R. C. M. (ENTRE)LINHAS DE UMA PESQUISA: o Diário de Campo como dispositivo de (in)formação na/da abordagem (Auto)biográfica. Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos, vol. 2, nº 4, 2014.

ROBLE, O. J.; MOREIRA, M. I. B.; SCAGLIUSI, F. B. A Educação Física na Saúde Mental: construindo uma formação na perspectiva interdisciplinar. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/icse/v16n41/aop3112>. Acesso em: 08 de mai. 2017.

SANT’ANNA, I. M. Porque avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. 7. Ed. Vozes. Petrópolis, 2001.

SANTOS, F. T.; SILVA, J. D. P.; FREITAS, P. S. Atividade Física e Saúde Mental – Projeto AFISAM. Rev. Em Extensão, Uberlândia, v. 10, n. 1, p. 146-153, jan./jun. 2011.

SCANDOLARA, A. S.; ROCKENBACH, A.; SGARBOSSA, E. A.; LINKEE, L. R.; TONINI, N. S. A avaliação do centro de atenção psicossocial infantil de Cascavel – PR. Disponível em: . Acesso em: 19 de abr. 2017, às 19h51min.

SCHÖN, Donald. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA, Antônio (Org.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.

SENA, K. S.; GRECCO, M. V. Comportamento da frequência cardíaca em corredores de esteira ergométrica na presença e na ausência de música. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.10, n.3, p.156-61. 2011.

WACHS, F. Educação Física e Saúde Mental: uma prática de cuidado emergente em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Disponível em: . Acesso em: 28 de fev. 2017, às 20h48min.

WACHS, F.; FRAGA, A. B. Educação Física em Centros de Atenção Psicossocial. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 31, n. 1, p. 93-107, set. 2009.

Acessar