Educação Física Escolar e Esporte de Alto Rendimento Pela Visão do Treinamento Esportivo

Por Luis Felipe Tubagi Polito (Autor), Maurício Pimenta Marques (Autor).

Parte de Educação Física Escolar e Esporte de Alto Rendimento: Dá Jogo? . páginas 13

Resumo

O objetivo do presente capítulo é fornecer ao leitor uma possível relação do esporte de alto rendimento com a educação física escolar (EFE) sob o foco da Fisiologia do Exercício (FE), do Treinamento Desportivo (TD) e da Aprendizagem Motora (AM).

Para iniciar a linha de raciocínio sob o foco supra citado é necessário abordar primeiramente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que garante ser a educação física (EF) um componente curricular obrigatório da Educação Básica, sendo facultativa apenas nos períodos noturnos, o que já deixa clara a percepção desta disciplina como sendo eminentemente prática, já que a justificativa para essa “exceção” seriam os discentes que cumpram jornada de trabalho superior a 6 horas, tenha mais de 30 (trinta) anos de idade, que estiver prestando serviço militar (BRASIL, 1996).

Pensando a EF enquanto componente curricular obrigatório dentro das escolas e levando em consideração o fato de que existem hoje matriculados no Brasil mais de 45 milhões de alunos, pode-se pensar mesmo a níveis ainda rudimentares, que a escola pode ser um ambiente propício para a identificação de futuros talentos esportivos, não precisando para isso perder sua característica didática e pedagógica, uma vez que esta “seletiva” não perpassaria o conteúdo curricular da disciplina, mas sim um componente extracurricular.

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