Educação física escolar e justiça social: experiências curriculares na educação básica
Por Daniel Teixeira Maldonado (Autor), Maria Eleni Henrique da Silva (Autor), Raphaell Moreira Martins (Autor).
Resumo
Com as mudanças societárias que ocorreram no final do século XX, percebemos o empoderamento de vários movimentos sociais (feminista, negro, moradia, LGBTQIA+, indígena, educação, ambiental, dentre outros) que passaram a lutar por seus direitos em um sistema político-econômico capitalista, meritocrático e desigual. Sem sombra de dúvidas, essa nova realidade tencionou a produção de conhecimento realizada na Universidade, onde os(as) seus(suas) docentes começaram a considerar esses saberes para realizar as suas pesquisas, práticas de ensino e atividades de extensão. Especificamente na área de Educação Física (escolar), o período de redemocratização do Brasil foi fértil para que as teorias curriculares pudessem ser produzidas e problematizadas levando em consideração a efervescência cultural, política, social e econômica da classe trabalhadora brasileira. É nesse contexto que o tema da justiça social ganha relevância e se torna extremamente importante para as professoras e os professores do componente curricular que atuam na Educação Básica. Portanto, participam dessa obra educadores(as) defendem a consciência democrática, a valorização das diferenças e a diminuição das desigualdades econômicas com projetos educativos que evidenciem essas demandas nas atividades que envolvam as práticas corporais, o corpo consciente e a saúde coletiva. Assim, os capítulos do livro abordam esses temas a partir de diversificadas teorias da Educação Física Escolar, apontando para debates que podem ajudar a pensar em transgressões e resistência nos processos de formação docente e na prática político-pedagógica produzida por professoras e professores do componente curricular que ministram as suas aulas em escolas brasileiras. Inclusive, o livro assume um desafio de partilhar perspectivas distintas de se pensar a Educação Física sob a ótica da justiça social, se apoiando no idealismo de que só se avança qualitativamente na construção do campo progressista, se permitirmos dialogar com a outra e o outro como legítimos contribuintes na discussão. Por fim, essa obra aponta para uma ecologia de saberes contra hegemônicos que podem ajudar a construir a área de Educação Física rompendo, de forma definitiva, com o paradigma da esportivização reducionista e da aptidãofísica, possibilitando que a justiça social se torne a temática que une educadores e educadoras que não aceitam as injustiças sociais que marcam a história da humanidade nesse início de século XXI.