Educação Física escolar e o Regime Especial de Atividades Não Presenciais um estudo inspirado na Teoria Ator-Rede

O isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19 implicou a suspensão das atividades escolares presenciais e emergência do ensino remoto emergencial. Investigamos como esse ensino, mediante tecnologias digitais da informação e comunicação, produziu associações e controvérsias na disciplina Educação Física em uma escola pública mineira. Empregamos elementos metodológicos da Cartografia de Controvérsias, versão didática da Teoria Ator-Rede, que trata simetricamente atores humanos e não humanos e suas interações em rede. Seguimos rastros deixados por actantes e suas agências na rede sociotécnica investigada e mapeamos três controvérsias emergentes: 1ª) exclusão dos professores da formulação das ações do Regime Especial de Atividades Não Presenciais – REANP e dos Planos de Estudo Tutorados – PET; 2ª) negligência do Estado relativamente à parcela da população sem acesso pleno à Internet; 3ª) má qualidade do PET e diferenças entre a disposição de seus conteúdos e os previstos no Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG). Os resultados sugerem que as ações propostas no REANP apontam para uma concepção de educação, reduzida a simples transmissão de informações, com professores exercendo papel secundário na mediação dos saberes pedagógicos. Ademais, a proposta da SEE/MG para ensino não presencial reafirma a Educação Física como subalterna na hierarquia dos saberes escolares.

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