Resumo

Este estudo insere-se na discussão da problemática sobre potencial formativo do esporte. Nesse sentido, o recorte realizado para o trabalho busca problematizar o modo como o esporte tem sido pensado na formação de professores de Educação Física. O estudo, caracterizado como uma reflexão teórica respaldada pelo referencial teórico da Escola de Frankfurt se organiza em três capítulos. No primeiro, busca refletir sobre a formação na sociedade contemporânea, tendo como referência os textos dos pensadores da primeira geração da Escola de Frankfurt como Adorno e Horkheimer, bem como as obras de um pensador contemporâneo continuador dessa tradição filosófica: C. Türcke. Assim, apoiado nas reflexões desses autores, são discutidas as potencialidades e impotencialidades da formação no capitalismo contemporâneo, tendo em vista que nesse contexto a Indústria Cultural assume papel central na formação das subjetividades. No segundo capítulo, a partir de um diálogo com Gumbrecht (2007), é tecida uma reflexão sobre a possibilidade de uma fruição estética do esporte. Nesse sentido, argumenta-se que essencial para essa fruição é a manutenção e apropriação da tensão constituinte do esporte entre esperado/inesperado. Por fim, o terceiro capítulo, é dedicado para uma reflexão sobre duas obras que fundamentam a formação do professor de Educação Física, no curso de licenciatura da Universidade Federal de Lavras, escolhidas a partir das ementas das disciplinas. As obras em questão: Educação Física na Escola: implicações para a prática pedagógica e Educação Física na adolescência: construindo o conhecimento na escola são examinadas tendo em vista refletir em que medida o modo como o esporte vem sendo pensado pela Educação Física tem permitido (ou não) aos sujeitos envolvidos em seus processos formativos se oporem ao modo como a Indústria Cultural veicula esse artefato cultural. As reflexões sinalizam para a necessidade de se repensar o modo como o esporte vem sendo tomado enquanto elemento formativo pela Educação Física, na medida em que esse artefato cultural tem sido veiculado somente como meio para outro algo, ou seja, observa-se uma instrumentalização do esporte em detrimento de uma problematização da apropriação crítica desse fenômeno.

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