Resumo
Com a perspectiva dos pressupostos teórico-metodológicos que levam em conta os diversos aspectos políticos, econômicos e sociais encontrados em nossa sociedade, nos debruçamos - durante o curso realizado no programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação da UFF - sobre a Educação Física Escolar na rede pública municipal do Rio de Janeiro. Principais passos realizados para embasar e justificar uma outra forma de encaminhar a Educação ísica na rede pública municipal: historicizar a introdução das práticas corporais na instituição escolar; analisar a proposta da área pública para a educação; registrar a percepção que outros profissionais têm sobre esta área do conhecimento.
O atual projeto educacional da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro - Multieducação - deixa algumas lacunas, as quais podem servir para diversos entendimentos e orientações. Por exemplo, ao não caracterizar de que tipo de sociedade esta escola faz parte, os conceitos perdem em compreensão,
perpassando a idéia de uma educação politicamente neutra, em um sistema escolar abstrato. Sendo assim, em que perspectiva formamos as crianças e jovens que fazem parte desta rede?
A partir dos anos 90, os professores e pesquisadores ligados à Educação Física, apontam a orientação de um novo conceito predominando nesta área do conhecimento: a cultura. Procurando contribuir nesta discussão, através da Dissertação de Mestrado refletimos sobre Cultura Corporal com base na história construída e na visão de mundo da classe social que prioritariamente freqüenta esta rede de ensino. Neste processo, necessário se faz entender a sociedade na qual estamos inseridos e, ao mesmo tempo, levar em consideração a gênese da Educação Física (influência médica e militar), para embasar uma possível análise por novos paradigmas desta prática social. Concluímos que, ao construir uma Educação Física que considere a cultura das camadas populares, demonstramos ser possível materializar suas histórias de vida no ambiente escolar e, ao mesmo tempo, contribuímos para o seu fortalecimento enquanto classe social, enquanto sujeitos e agentes de um processo emancipatório de vida e de inserção social.