Resumo
As práticas sociais, notadas pelas formas de ver, compreender e agir com o corpo na contemporaneidade, entre elas a utilização de esteróides anabolizantes, têm se apresentado como sintoma de uma cultura de supervalorização da imagem, de transformação e intervenção corporal e da gestão de si através de substâncias que possam controlar, potencializar e extrair do corpo o máximo de eficácia. Observando o crescimento desta prática nos cursos de educação física, e certos, de que as motivações que se inscrevem e perpassam os corpos e o uso dos esteróides são múltiplas e distantes de serem apreendidas por uma lógica racional, buscamos os caminhos do imaginário social para responder o problema central da pesquisa: quais os sentidos dos usos de esteróides anabolizantes pelos graduandos do curso de educação física? Propomos a investigação de três questões: a) que sentidos matriciam a utilização de esteróides anabolizantes pelos graduandos de educação física? b) que representações de corpo subjazem no discurso dos graduandos usuários de esteróides anabolizantes c) quais os sentidos de dever que o acadêmico usuário de esteróides anabolizantes constrói acerca do corpo e da prática profissional em educação física? Os caminhos teóricos foram abertos pelos filósofos René Descartes e La Mettrie, com o intuito de percorrermos as representações de um corpo-máquina; o antropólogo francês Le Breton na visão contemporânea da manipulação e intervenção sobre o corpo e na esteira do filósofo francês Gilles Lipovetsky, buscando o desenho de uma ética contemporânea.