Educação Física na Educação Infantil: as Dificuldades em Relação Ao Trabalho do Professor no Município de Barretos-SP
Por M. M. Morais (Autor), F. M. Andrade (Autor).
Resumo
De acordo com a Lei 9394/96 (LDBEN), a educação infantil é um nível de ensino provido pelos governos municipais. Neste contexto, o conteúdo referente à disciplina Educação Física para este nível não possui a obrigatoriedade de ser ministrada por professor especialista de Educação Física, consequentemente ficando a cargo de cada município reconhecer ou não essa necessidade. No município de Barretos - SP esta demanda é recente, sendo que no ano de 2012 foi aberta a Ordem de Serviço nº 002 - Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer -, que percebeu a necessidade de alterar e acrescentar dispositivos na Lei, onde o Professor II (Educação Física, Inglês e Artes), passa a possuir cargos de docência na Educação Infantil. Este cargo lhe dará o direito de duas horas/aulas semanais na educação infantil (2 a 5 anos). Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi de analisar como se deu a inserção do professor especialista de Educação Física nas escolas de educação infantil do município de Barretos - SP, mais especificamente investigar quais dificuldades encontradas pelos professores de Educação Física em relação ao seu trabalho com este nível de ensino. A presente pesquisa constituiu-se como um estudo de natureza qualitativa, onde foram distribuídos questionários semiestruturados, com 8 questões, a todos os professores que estão atuando no Ensino Infantil no município. Este trabalho constitui um recorte dos objetivos específicos do trabalho de conclusão de curso das autoras. Foram enviados 18 e devolvidos 10 questionários, que foram respondidos por 3 homens e 7 mulheres com a média de idade de 30 anos, sendo que o tempo de formação dos participantes é de 5 anos em média. Em relação ao tempo de atuação, a média de tempo foi de 3 anos. Como resultados os principais motivos alegados para dificultar o trabalho do professor, estão relacionados a crianças com problemas familiares e de comportamento (1º lugar), avaliação do trabalho (2º lugar), falta de autonomia das crianças para tarefas cotidianas (3º lugar), e o conteúdo a ser trabalho nas aulas (4º lugar). É interessante notar que destes motivos, dois estão relacionados diretamente aos alunos (1º e 3º lugares) e outros dois (2º e 4º lugares) estão relacionados ao trabalho do professor. Destes últimos os motivos alegados estão mais relacionados a limitações na formação do professor do que propriamente na falta de condições de trabalho. Concluímos que apesar de a maioria dos professores serem iniciantes, as dificuldades relatadas por estes ficaram no âmbito do comportamento dos alunos e do conteúdo a ser ministrado, denotando que os problemas de sala de aula ultrapassam a questão da formação, remetendo à experiência de trabalho, lembrando que a base de formação dos participantes ter sido realizada com base no currículo mais recente de formação em Educação Física, que possuía disciplinas e estágio específicos para este nível de ensino.