Resumo

A Educação Física, e as inúmeras transformações que vem atravessando nos últimos anos, encontram na escola um grande desafio, que é o de se tornar uma disciplina inclusiva, favorecendo a prática dos alunos com deficiência em suas aulas. A Educação Especial, amparada por inúmeros aparatos legais, ainda busca a garantia de um ensino de qualidade para atender seu público-alvo formado por alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação. Nessa perspectiva, os antagonismos observados por práticas de inclusão na escola ainda persistem. Baseada nesse contexto, esta pesquisa enfoca a necessidade de os professores de Educação Física buscarem, através do trabalho colaborativo com os professores responsáveis pelo Atendimento Educacional Especializado, construir um diálogo que favoreça a sua prática pedagógica direcionada a alunos com deficiência. Essa pesquisa de natureza qualitativa de abordagem descritiva utilizou como instrumentos de coleta de dados o grupo focal, com a intenção de abordar as questões que inquietam os professores de Educação Física e da Sala de Recursos Multifuncional. Esse grupo foi formado por duas professoras do AEE, o professor de Educação Física da escola e o professor pesquisador. Utilizou-se também observações das aulas de Educação Física, por meio de registro em diário de campo, onde o foco foi investigar como se dão as relações dos alunos com deficiência com o professor, com seus colegas de turma e com o conteúdo das aulas observadas. Mantoan (2003; 2011), Cidade e Freitas (2009) e Mittler (2003) subsidiam os conteúdos voltados à inclusão na escola. Seabra Jr. (2006; 2012) e Darido (2012) embasam as referências à Educação Física nesse estudo e o trabalho colaborativo na escola tem as contribuições de Capellini (2004) e Roldão (2017). Os resultados indicam que algumas demandas ainda necessitam de aprofundamento na pretensão de se construir uma escola inclusiva. A compreensão das diferenças existentes entre Integração e Inclusão aparentemente ainda não está devidamente esclarecida para uma parcela dos professores da escola. Temas que interferem diretamente no planejamento das aulas direcionadas aos alunos com deficiência, como a Avaliação, não recebem até então a devida atenção dos docentes, evidenciando um distanciamento das questões inclusivas nesse processo. Também apontam para a necessidade de se intensificarem as relações dos professores da Educação Especial e da Sala Comum, na perspectiva do trabalho colaborativo, e que essa interação favorece a prática pedagógica dos professores envolvidos no processo.

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