Resumo

Este estudo traz considerações a cerca da presença profissional da educação física dentro da Rede de Atenção Básica do sistema municipal de saúde do município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Mais especificamente busca levantar elementos sobre essa participação nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) deste município. Oito anos após a criação deste serviço, é possível notar que ocorreu um descompasso significativo relativo às implantações dos NASF’s no país. O Rio Grande do Sul é um estado com poucos NASF’s implantados, sendo sua capital, Porto Alegre, um retrato desta situação. O quadro se repete ainda em relação á pouca presença do profissional de educação física nos NASF’s desta cidade, mesmo – em nível nacional – a educação física sendo uma das cinco profissões mais contratadas neste serviço do Sistema Único de Saúde (SUS). Como forma de tentar entender como esse fenômeno ocorreu e quais seriam alguns elementos explicativos para este quadro (pouca presença profissional no município), essa pesquisa de caráter qualitativo e exploratório utilizou-se de entrevistas feitas com dois gestores da saúde: um municipal e outro federal. As entrevistas semi-estruturadas contaram com cinco perguntas norteadoras sobre o tema. Tais conversas foram gravadas e, após suas transcrições, usou-se a Análise de Conteúdo na perspectiva de Laurence Bardin (1977) como método de organização e análise dos elementos respondidos. A partir das análises, foi possível levantar algumas pistas que podem auxiliar na descrição do quadro dessa presença; entre elas se destaca a história do modelo tecnoassistencial da rede de saúde da capital gaúcha, acoplada aos condicionantes financeiros da gestão municipal.

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