Sobre
A complexidade representada pela necessidade de encarar a “deficiência” frente a frente não integra o cotidiano da grande maioria das pessoas e não lhe é incorporada de forma espontânea. Não é encarada de maneira natural. Ela causa incômodo e mobiliza questões internas de cada um, gerando efeitos e desdobramentos difíceis de serem analisados, exigindo, portanto, um olhar cauteloso e meticuloso, por suscitar temas tão delicados. Não é mais aceitável deixar de pensar na participação real de todos, ou seja, a autêntica e corajosa inclusão daqueles que, erroneamente, figuram nas estatísticas como se já estivessem inseridos no contexto educacional, cultural, político, econômico e social. É preciso deixar de pensar a educação numa perspectiva simplista e reducionista, para compreendê-la sob uma ótica em que o acesso e a permanência na instituição escolar façam-se em condições viáveis e satisfatórias para a educação e formação de todo e qualquer aluno, constituindo um direito espontâneo e natural, uma responsabilidade social e política do Estado e de cada cidadão.